sexta-feira, 15 de outubro de 2010

De olho no ENEM : Proposta de redação


A mulher brasileira no século XXI

O Dia Internacional da Mulher, 8 de março, em 2010, completa 100 anos. Para marcar a data, no continente americano, o centenário foi dedicado a três líderes feministas haitianas que morreram no terremoto ocorrido recentemente no Haiti. No Brasil, a defesa integral do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH3) também mobiliza o movimento de mulheres para garantir os seis eixos considerados polêmicos, que inclui a questão da descriminalização do aborto.


Autonomia, liberdade e direitos iguais para as mulheres.

Educação - Ao longo da vida, as mulheres vivem várias situações de opressão e exploração. Na infância, a educação em casa e na escola é diferente para meninos e meninas. Para as meninas, ainda se exige "bom comportamento", obediência e a responsabilidade pelas tarefas domésticas.As mulheres com nível superior ganham, em média, 40% a menos que os homens com a mesma escolaridade (IBGE).

Trabalho - Apesar de as mulheres serem hoje a maioria nas universidades, elas ainda são também maioria entre as pessoas desempregadas e no trabalho informal, sem carteira assinada e sem direitos. Aquelas que conseguem emprego trabalham nas piores funções e com menores salários. As mulheres são minoria em todos os cargos de poder, nas chefias das empresas e no Congresso Nacional, apesar de constituírem mais da metade da população.

Lesbofobia - A orientação sexual afeta de forma decisiva a trajetória de vida das mulheres lésbicas. Dificuldades de relacionamento na escola, por chacotas de colegas e professores/as, muitas vezes resultam em abandono ou fracasso nos estudos. Também dificultam relações de vizinhança, além dos conflitos familiares. Nos processos de profissionalização e no ambiente de trabalho, os conflitos se tornam obstáculos para a construção de carreiras e para inserção no mundo do trabalho.

Violência - Onde há desigualdade e violência, não há democracia. Apesar de termos várias conquistas por meio de convenções e tratados internacionais, e na legislação de diversos países, em todo o mundo a violência contra as mulheres persiste. No Brasil, a cada 15 segundos uma mulher é vítima de violência. A maioria das mulheres assassinadas é morta pelo marido ou namorado, atual ou ex (OMS - Organização Mundial da Saúde).No Brasil, há pelo menos duas décadas o movimento de mulheres tem denunciado a violência doméstica como uma das mais graves expressões das desigualdades e da opressão vividas pelas mulheres na sociedade brasileira. No âmbito das relações afetivas, o ciúme ainda é usado para justificar intimidações (ora mais sutis, ora mais explícitas), além de agressões físicas e a violência sexual contra as mulheres

Racismo - Em nosso país, as relações sociais - histórica e culturalmente construídas - carregam uma forte marca patriarcal e racista, que se revela na violência sexual e na violência simbólica que atinge sobretudo as mulheres negras.Entre as categorias profissionais do país, a de trabalhador/a doméstico/a é exercida majoritariamente por mulheres negras. Mesmo após a Constituição de 1988, que ampliou direitos para as/os trabalhadoras/es no Brasil, ainda são negadas a essas trabalhadoras 27 direitos, garantidos a todas as outras categorias. A renda média das mulheres negras, em 2007, era de R$ 436,00; dos homens negros era de R$ 649,00; das mulheres brancas de R$ 797,00 e dos homens brancos de R$ 1.278,00 (IPEA-20070

ADITAL, Agência de Informação Frei Tito para América Latina,

No Brasil, mais mulheres são chefes de família

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) mostram que, nos últimos 10 anos, a participação feminina no mercado de trabalho no País subiu de 42% para 47,2%. E, entre elas, o número de mulheres chefes de família saltou de 25,9% para 34,9%.
Mas isso não significa que elas tenham se livrado das tarefas domésticas. Entre as que têm emprego, 87,9% cuidam dos afazeres do lar. O número médio de horas semanais dedicado a essas tarefas pelas mulheres é de 20 horas, enquanto para os homens, apenas nove horas.
.Dieese

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Apesar de ocuparem cada vez mais espaço nas fábricas, as mulheres ganham em média 27% menos do que os homens metalúrgicos, informa relatório produzido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula que, na média geral, as mulheres ganham 70% dos salários dos homens.
14/2/2010 / Jornal de Jundiaí.

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Entre os trabalhadores com nível superior no mercado de trabalho, 54% são mulheres. Há 65 anos, a mão-de-obra feminina correspondia a somente 19% da força de trabalho brasileira. Hoje, as mulheres ocupam cerca de 42% do mercado. No âmbito corporativo, cerca de 16% das empresas no Brasil são presididas por mulheres, o dobro do percentual registrado há dez anos. Elas já chefiam 25% das famílias, expandindo de maneira crescente sua participação no mercado de trabalho.

Esses são alguns dos números a comprovar que a mulher ocupa hoje um papel central na vida brasileira a dar um claro sinal de mudanças no mercado, nos valores culturais, nos padrões comportamentais, na comprovação definitiva de que a mulher passou a acreditar em seus potenciais criativos e intelectuais para galgar degraus em campos historicamente dominados por homens.

Urge, contudo, reconhecer que o preconceito resiste, muitas vezes velado, refletindo-se, por exemplo, na remuneração. Em geral, as mulheres ainda ganham menos que os homens mesmo que ocupam as mesmas funções. Cerca de 19% dos homens economicamente ativos e com mais de 15 anos de estudos ganham mais de 20 salários mínimos. Entre as mulheres em situação semelhante, esse número é de apenas 5%.

Os casos de violência doméstica - tendo a mulher como seu alvo principal - vêm de todas as partes , são extremamente corriqueiros e os números alarmantes. 11% das mulheres com mais de 15 anos admitiram ter sido vítimas de espancamento, ou seja, cerca de sete milhões de brasileiras foram agredidas pelo menos uma vez. Pior: os companheiros, familiares, parentes e pessoas próximas são os maiores agressores.

Relatório da Anistia Internacional revela que uma em cada três mulheres do planeta é espancada, abusada, estuprada, mutilada, escravizada ou morta por conta da violência doméstica. Vale dizer, mais de um bilhão de mulheres sofrem algum tipo de agressão física ou psicológica.

Continuam, também, sendo uma dura realidade os assédios sexual e moral , razão pela qual temos orientado as nossas ações e mobilizado as nossas energias para alterar essas realidades. Novas e importantes frentes de atuação se apresentam impondo novos sacrifícios, energias renovadas, coragem, determinação.

E, nessa trilha, a Ordem dos Advogados do Brasil, por suas diversas Seccionais, por suas Comissões de Mulheres Advogadas, têm liderado ações e iniciativas visando à promoção da condição feminina, promovendo cursos e discussões, onde as mulheres se preparam para atuar politicamente e mostrar seu talento no espaço do mercado. Neste Conselho Federal da OAB, a Comissão da Promoção da Igualdade tem contribuído sobremaneira para abrir os novos horizontes de lutas. A Comissão surgiu para atuar como bastião na defesa dos legítimos interesses de grupos alijados de seus plenos direitos constitucionais por preconceito e ignorância, estendendo, desta forma, os limites de sua ação institucional.

OAB_SP em 8 de março de 2010 / Excerto da homenagem à mulher prestada por Márcia Mellaré-Diretora da OAB

Proposta:
Enquanto a mídia exalta caras , bocas e corpos de 5% do contingente feminino, fazendo crer que mulheres são hedonistas,exibicionistas,fúteis e vazias, a verdade é que em pleno século XXI, mais de 70% delas são discriminadas e vítimas de preconceito.Muitas batalham , cotidianamente, para se imporem como profissionais competentes e seres humanos perseverantes e lutadores.
Como se pode considerar evoluído um país que se comporta assim? Campanhas tentam salvar a Mata Atlântica, o mico-leão dourado e reificam as mulheres?

Redija um texto de , aproximadamente, 25 linhas sobre o tema proposto .Prime pela língua culta. Dê título ao seu texto.

OBS IMPORTANTE :esse texto oferece dados preciosos para o desenvolvimento de uma outra proposta cujo tema é ‘ A nova constituição da família”.

Um comentário:

  1. Muito boa essa proposta! Essa sim tem grande chance de aparecer no Enem 2010!

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