sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Fuvest 2012 - Livros para você!



Alguns dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar destruição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes minguarem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes.

 O crítico Álvaro Lins, referindo-se a Vidas Secas, obra de Graciliano Ramos, da qual se extraiu o trecho acima,afirma que, além de ser o mais humano e comovente dos livros do autor, é “o que contém maior sentimento da terra nordestina, daquela parte que é áspera, dura e cruel, sem deixar de ser amada pelos que a ela estão ligados teluricamente”. Por outro lado, merece destaque, dentre os elementos constitutivos dessa obra, a paisagem, a linguagem e o problema social.

1-Assim, a respeito da linguagem de Vidas Secas, é correto afirmar-se que

A) apresenta um estilo seco, conciso e sem sentimentalismo, o que retira da obra a força poética e impede a presença de características estéticas.
B) caracteriza-se por vocabulário erudito e próprio dos meios urbanos, marcado por estilo rebuscado e grandiloquente.
C) revela um estilo seco, de frase contida, clara e correta, reduzida ao essencial e com vocabulário meticuloso.
D) apresenta grande poder descritivo e capacidade de visualização, mas apóia-se em sintaxe marcada por períodos longos e de estrutura subordinativa, o que prejudica sua compreensão.
E) marca-se por estilo frouxo e sintaxe desconexa, à semelhança da própria estrutura da novela que se constrói de capítulos soltos e ordenação circular.

Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos; foram os dous morar juntos; e daí a um
mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a Maria um filho,formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento é certamentede tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta história.

2--O trecho acima integra o romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida Considerando o romance como um todo, indique a alternativa que contém informações que não são pertinentes a essa obra.
A) É classificado como romance folhetinesco, e foi publicado em capítulos no jornal carioca Correio Mercantil entre 1852 e 1853.
B) Segundo alguns críticos, pode ser considerado precursor do movimento realista, por causa da forma com caracteriza o cotidiano dos personagens, moradores dos bairros populares do Rio de Janeiro.
C) É considerado como o romance da malandragem, narrado em terceira pessoa e inteiramente aclimatado n tempo em que D. João VI governou o Brasil.
D) É considerado um romance picaresco, por causa das ações de seu herói principal, e plenamente identificado com o ideário romântico vigente na literatura da época.
E) Prende-se ao Romantismo brasileiro, ainda que apresente um certo descompasso com os padrões e o toda estética romântica.

Fiquei tão alegre com esta idéia, que ainda agora me treme a pena na mão. Sim, Nero, Augusto, Massinissa,
e tu, grande César, que me incitas a fazer os meus comentários, agradeço-vos o conselho, e vou deitar ao papel as reminiscências que me vierem vindo. Deste modo, viverei o que vivi, e assentarei a mão para alguma obra de maior tomo. Eia, comecemos a evocação por uma célebre tarde de novembro, que nunca me esqueceu. Tive outras muitas, melhores, e piores, mas aquela nunca se me apagou do espírito. É o que vais entender, lendo.

3-O trecho acima é do romance Dom Casmurro, escrito por Machado de Assis. Nele, o narrador propõe-se a escrever suas reminiscências e, assim, viver o que viveu. A evocação da célebre tarde a que o narrador se refere e que nunca se lhe apagou do espírito liga-se

A) à efetiva presença e participação de Bentinho na conversa da família que decide seu destino futuro.
B) ao alerta de José Dias a D. Glória quanto ao cumprimento da promessa de tornar Bentinho padre.
C) ao destino e à felicidade de Bentinho, preparando-o para o casamento com Capitu.
D) à reunião da família para acertar a viagem de Bentinho e de José Dias à Europa, como forma de desviá-lo
da sedução de Capitu.
E) às ações de D. Glória para preservar a memória da família, ao tentar ligar as duas pontas da vida, propos-
ta esta retomada pelo narrador no início do romance.

Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que... Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. (Machado de Assis, Dom Casmurro.)

4. No texto de Sabino, o narrador questiona a traição de Capitu. Lendo o texto de Machado, pode-se entender que esse questionamento decorre de
A) os fatos serem narrados pela visão de uma personagem, no caso, o narrador em primeira pessoa, que fornece ao leitor o perfil psicológico de Capitu.
B) a personagem ser vista por José Dias como oblíqua e dissimulada, o que gerou mal-estar no apaixonado de
Capitu, deixando de vê-la como uma mulher de encantos.
C) a apresentação da personagem Capitu ser feita no romance de maneira muito objetiva, sem expressão dos
sentimentos que a vinculavam ao homem que a amava.
D) os aspectos psicológicos de Capitu serem apresentados apenas pelos comentários de José Dias, o que lhe torna a caracterização muito subjetiva.
E) o amado de Capitu não conseguir enxergar nela características mais precisas e menos misteriosas, o que o faz descrevê-la de forma bastante idealizada.

5-. Ao afirmar que Capitu tinha olhos de cigana oblíqua, José Dias a vê como uma mulher
A) irresistível.
B) inconveniente.
C) compreensiva.
D) evasiva.
E) irônica
 6-. Para o narrador, os olhos de Capitu eram olhos de ressaca, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Entende-se, então, que ele
A) começava a nutrir sentimento de repulsa em relação a ela, como está sugerido em [seus olhos] entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...
B) se sentia fortemente atraído por ela, como comprova o trecho: Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro...
C) passou a desconfiar da sinceridade dela, como está exposto em: mas dissimulada sabia, e queria ver se se podiam chamar assim.
D) começava a vê-la como uma mulher comum, sem atrativos especiais, como demonstra o trecho: eu nada achei extraordinário...
E) deixava de vê-la como uma mulher enigmática, como está sugerido em: Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova.

Gabarito:   1- c    /    2- d    /    3- b    /    4-a    /     5- d    /   6- b

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ainda Unicamp... ninguém merece!





 Vestibular Brasil Escola comenta as três propostas Unicamp,o que mostra que , realmente , foi uma prova mal feita. Enfim, no Brasil, os alunos sempre " pagam a conta", não é mesmo?


O texto está em http://vestibular.brasilescola.com/correcoes-provas/comentario-redacao-03-unicamp-2012.htm.


Os grifos são nossos.

A proposta número um solicitou que o candidato participasse de um fórum numa página da internet especializada em orientação vocacional, no qual ele emitisse sua opinião a partir de um comentário postado por um internauta, identificado como Estudante Paulista, tendo como referência o gráfico “Gostaria de ser cientista?”. A interlocução não foi claramente definida. O candidato deveria se colocar na posição de um frequentador do fórum, incluindo um possível concluinte do Ensino Médio que publica sua opinião, dirigindo-se a todos, incluindo-se aí o Estudante Paulista. Sobre o gráfico, é interessante notar que na grande maioria dos locais apresentados (com exceção de Uganda e Lesoto) o número de meninos que desejam ser cientistas é maior que o de meninas. Ao interpretar o resultado da pesquisa o candidato deveria levar em conta que em regiões mais urbanizadas ou desenvolvidas, o número de estudantes que responderam afirmativamente é menor que em áreas menos urbanizadas. Isso pode ser constatado comparando países como Dinamarca (desenvolvido e com poucas respostas afirmativas) e Malavi (pouco desenvolvido e com muitas respostas afirmativas) e as próprias cidades brasileiras (São Caetano do Sul - SP, mais urbanizada; Tangará da Serra - MT, menos). Tal informação pode ser interpretada como importante para o Estudante Paulista que se identificou com os resultados obtidos na cidade de seu estado. Coube ao candidato a decisão de concordar ou não com o posicionamento do Estudante Paulista. Para isso, ele poderia utilizar as informações contidas no gráfico, dirigir-se ao fórum, lembrando-se de mencionar o EP, e/ou contextualizar seu argumento, com a possibilidade de alguém que deseja seguir carreira de cientista. O nível de dificuldade apresentado não era grande, uma vez que o gênero comentário não é estranho para os candidatos. Não obstante, a não-definição clara da interlocução no fórum pode causar um desconforto ao aluno não acostumado a essa plataforma virtual, o fórum.

A segunda proposta exigiu que o vestibulando se imaginasse no seguinte contexto de enunciação: o emissor teria que ser um aluno de uma escola que, apoiado pelos colegas, iria escrever um manifesto para ser lido em uma reunião de pais e professores com a direção da escola. Este documento teria sua origem motivada pelo fato de a direção da escola ter efetuado um monitoramento da utilização das redes sociais pelos estudantes, a partir de um evento que teria desagradado à  direção da instituição educacional.
Não ficou claro, na proposta, se o documento deveria ter sido escrito apenas por um aluno ou por um grupo de estudantes; portanto, a proposta deixou a desejar no que diz respeito a esclarecer, ao vestibulando, se a autoria teria que ser individual ou coletiva. Apenas ficou evidente o direcionamento de tal texto: para pais, professores e diretores da instituição, já que a situação em que o documento seria lido era uma reunião tipicamente escolar. O aluno, portanto, teria que explicitar, em seu texto, os interlocutores e a autoria (individual e/ou coletiva).Dada a situação de interlocução, o candidato deveria escrever um manifesto, gênero textual de tipologia argumentativa e panfletária, na modalidade oral formal (sem gírias e sem informalidades similares). A proposta, mais uma vez, pecou ao não deixar claro ao candidato se ele teria que adequar o gênero “manifesto” – que normalmente é escrito –  ao registro oral, incluindo marcas típicas da situação oral formal, como a saudação; ou se deveria escrever um manifesto e lê-lo, sem essas marcas.
Pela terceira vez, a proposta deixou a desejar ao não explicitar se o posicionamento dos alunos deveria ser, necessariamente, a favor ou contrário ao monitoramento escolar das redes sociais. A escolha mais provável efetuada pelos vestibulandos seria a de discordar do monitoramento. Seguindo este posicionamento, o candidato teria que declarar o motivo que originou o cerseamento virtual. Para cumprir tal tarefa, o candidato poderia encontrar, no texto base, várias ocorrências que poderiam inspirá-lo a criar o motivo que constaria no manifesto. Ainda nesse procedimento oral e/ou escrito, o vestibulando teria que explicitar o seu posicionamento apoiado pelos próprios colegas, bem como elaborar uma estratégia argumentativa que sustentasse tal posicionamento. O autor do texto (individual e/ou coletivo) teria ainda que convocar pais, professores e alunos a agirem de acordo com o que estava(m) defendendo.
O que não poderia deixar de estar presente, nesse segundo texto, era um bom trabalho argumentativo e a elaboração de um contexto de verossimilhança adequado ao que foi pedido pela proposta. Infelizmente, a segunda produção textual teria sido cumprida com muito mais segurança pelo candidato, se houvesse um cuidado e uma clareza maiores na elaboração da proposta.

Para a elaboração da 3ª proposta, o aluno teria que se colocar na posição de um leigo em informática que , ao ler a matéria “Cabeça nas nuvens” (que constava na coletânea), resolve se aprofundar no conceito “computação em nuvem” e que, depois de trocar idéias com usuários de computadores e de ler sobre o assunto, resolve produzir um verbete a ser publicado em uma enciclopédia on-line dirigida a pessoas que, como o emissor, são leigas. Seu texto tinha como objetivo explicar o que é o conceito “computação em nuvem”, já que chegou à conclusão de que este é pouco conhecido.
Sendo o verbete um gênero textual com característica informativa, o candidato deveria explicar, de forma clara, objetiva e o mais completa possível, o que é “computação em nuvem”, fornecendo ilustrações que comprovassem a presença de tal conceito em atividades cotidianas da maioria dos usuários de computador, como a utilização de programas virtuais de email ( como aparece no texto II), e a utilização de arquivos que ficam armazenados virtualmente ( como destacado pelo texto base). Ainda nesse verbete, o vestibulando deveria mostrar uma vantagem (como a utilização de aplicativos disponibilizados gratuitamente em ambientes virtuais), e uma desvantagem (como dependência do usuário com relação à qualidade da conexão, bem como a fragilidade da privacidade das informações).
Com relação à interlocução, a proposta, mais uma vez, deixou o candidato em dúvida ao possibilitar duas leituras: uma seguindo as características do gênero “verbete” e sua natureza enciclopédica, que não possui marca de interlocução; e outra, seguindo indício da proposta, que indica que o verbete fora produzido por e direcionado para leigos em informática. Caso a proposta estivesse se referindo a um verbete típico, o candidato não poderia, na elaboração de seu conceito, marcar a interlocução de forma explícita, deveria marcar a interlocução entre não especialistas no assunto através de uma seleção vocabular que não fosse técnica e explicações conceituais muito simples.
A terceira proposta, assim como as duas primeiras, trouxe problemas no modo de apresentação para o aluno que, provavelmente, teve dificuldades em perceber exata e especificamente o que estava sendo exigido com relação à execução do texto. Seguindo as propostas atuais de produção de texto em contexto escolar, foi exigida do candidato a produção de um texto informativo, inédito nesse novo formato do vestibular da Unicamp.

Lamentável!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ah! Unicamp...Verbete????


Às vezes, eu me sinto muito frustrada , quando vejo algo como a prova da Unicamp de Redação de ontem, domingo, 13/11Um ano inteiro para criar uma prova e.. .Arrogância ? Desejo de ser "diferente"?Poderia estender-me em um texto sem fim de questionamentos, mas vou me limitar a uma pergunta :

Em quê a criação de um verbete consegue avaliar a escrita de um aluno em uma prova de vestibular? 

Se alguém sabe a resposta, por favor,vou adorar conhecê-la.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mais redação Unicamp! Mais gêneros literários.



Texto Instrucional

Você já deve ter dado instruções a alguém e, portanto, feito uso de um gênero textual muito veiculado socialmente. Trata-se do texto instrucional, presente nas bulas dos remédios, nas receitas de comida, nas instruções de jogos, nas instruções de como usar aparelhos eletroeletrônicos, de como utilizar novos programas de computador, etc.
O texto instrucional tem uma estrutura bem simples, o que permite a uma pessoa leiga no assunto em questão aprender a manusear ou a fazer algo a partir de sua leitura. Essa é a intenção: ensinar aqueles que não sabem jogar um jogo, a jogá-lo; ensinar aqueles que não sabem preparar um prato diferente, a prepará-lo; ensinar as pessoas que tomam remédios, a tomá-los adequadamente.
Em alguns casos, os textos instrucionais servem para orientar pessoas em casos de emergência. Em situações como essas, é recomendável que a pessoa tenha acesso a instruções para resolver determinados problemas de forma bastante objetiva e clara. Daí a importância da estrutura dos textos instrucionais, que até na maneira como estão diagramados podem contribuir para facilitar a tomada de decisões.
As instruções configuram-se , habitualmente, com verbos no modo imperativo (misture, adicione, sirva…) ou com verbos no infinitivo (misturar, preparar).



NARRAÇÃO

Qualquer  acontecimento do qual participamos, direta ou indiretamente, acarreta uma sucessão de  fatos  passíveis de serem narrados. Logo, o fato é a matéria da narração   (personagens  e circunstâncias).
Leve-se em conta  que,  quando o episódio  é  real, a narração fundamenta-se  em pesquisas;  quando o episódio  é fictício , o narrador deve utilizar  a imaginação.

Costuma-se  fazer uma série  de perguntas e as respostas dadas estabelecem o que é essencial em um fato narrado.
Exemplificando :

O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(n) a história;
QUEM? - a personagem ou personagens;protagonista e antagonista.
COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos;
ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência
QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos;
POR QUÊ? - a causa do acontecimento.
CONCLUSÃO: ???? A SURPRESA.

                                               

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Unicamp / A carta.


Carta 
Esse é um tipo de texto que se caracteriza por envolver um remetente e um destinatário. É normalmente escrita em primeira pessoa, e sempre visa um tipo de leitor.
É necessário que se utilize uma linguagem adequada ao tipo de destinatário e que durante a carta não se perca a visão daquele para quem o texto está sendo escrito. Dependendo do leitor há até mesmo tratamentos específicos, no caso de autoridades como o papa (Vossa Santidade), o juiz, o presidente, entre outros.
Há algumas características que marcam esse tipo de texto:
- Local e Data
- Destinatário
- Saudação
- Introdução referencial /Interlocução com o destinatário (vocativos)- essencial
- Despedida



OBS: Esses itens estão na ordem em que devem aparecer.


No caso dos concursos há um tipo de carta comumente sugerido: a carta argumentativa. Sobre esse tipo de texto destacaremos algumas “regras” que ajudaram na composição da mesma.


Adequação ao tema: Como são argumentativas devem sustentar uma tese e defendê-la, de modo a persuadir seu interlocutor a concordar com os argumentos utilizados. Além disso, é bom que traga também dados, fatos, exemplos, etc., que possam auxiliar o processo de convencimento do leitor e atestar a veracidade e coerência das opiniões expostas.


Adequação ao tipo de texto: A carta deve obedecer às mesmas características das outras cartas, as quais já foram citadas. Precisam ser coesas e coerentes, construindo um texto, e as informações não devem ser repetidas, ao invés disso é adequado utilizar citações ou opiniões de outros autores, explorando em profundidade essas opiniões. É indispensável que sejam objetivas e analíticas, fazendo observações inteligentes e fundamentadas, sempre criando relações entre os argumentos.


Adequação à norma da língua portuguesa: Deve obedecer, assim como os demais textos, às regras de sintaxe, paragrafação, grafia, concordância, regência (nominal e verbal), colocação pronominal, pontuação e regras de coerência e coesão.
O que diferencia a carta argumentativa das demais cartas é o compromisso que ela assume com o convencimento do interlocutor, e o que a diferencia de uma simples dissertação argumentativa é que esta é dirigida a um interlocutor universal, enquanto aquela é dirigida a um interlocutor previamente especificado. Este fato torna mais fácil o processo de argumentação, já que eu conheço o leitor da minha carta, e assim posso prever os questionamentos e interesses possivelmente vindos dele.


É importante que se saiba que o foco da carta é a persuasão do destinatário. Conhecendo-o podemos fundamentar melhor os argumentos a serem utilizados e adequá-los à realidade daquele público



Ribeirão Preto, 16 de novembro de 2010.


A/C Diretor Geral
 Prezado Sr. ____________.

Pela presente venho comunicar-lhe  minha decisão de deixar a honrosa função de ___________ a mim confiada pela (nome da empresa), desde janeiro de 1985.
 Agradeço a oportunidade que me foi dada. Nesse período de X anos de trabalho , esforcei-me ao máximo para concretizar os objetivos que me foram determinados,senhor. Ainda mais por minha própria vontade de crescimento pessoal.
 Muito foi realizado e nossa sinergia trouxe benefícios evidentes para ambos os lados,o que o caro diretor pode perfeitamente analisar. Porém, chega o momento em que nossa parceria parece ter atingido seu ápice. Sinto meu desejo de crescimento pessoal ainda pungente e preciso atendê-lo.Agora, é necessário fechar um ciclo de plenas realizações para iniciar outro.
Por esse motivo e sem nenhuma reserva ou desagrado quanto a minha permanência até esta data na empresa, é que me demito. Solicito  o senhor rescinda o meu contrato de trabalho com observação do período de aviso prévio de ___ meses com início no dia __ /__ /__ ..
 Peço-lhe que assine e me devolva a cópia da presente carta em sinal de acordo.

Atenciosamente,

                                                                           ----------------------------------
                                                                                     José ou Josefa.



OBS : Todos os parágrafos devem ter interlocução marcada por vocativos.

Em 30 de Setembro de 2010  há um post com os principais pronomes de tratamento.Dê uma olhadinha , vai valer a pena.

domingo, 6 de novembro de 2011



Entrevista
Antes de iniciar qualquer entrevista, é necessário seleccionar :
- O  tema - Os objetivos da entrevista- A pessoa a entrevistar


GUIÃO DE ENTREVISTA
Para facilitar a condução da entrevista, deve construir-se um guião que respeite alguns procedimentos:


- Elaborar perguntas de acordo com o tema, os objetivos da entrevista, as expectativas do entrevistador e de possíveis leitores, ouvintes ou espectadores.
- Construir perguntas variadas (mais abertas – O que pensa de…? – ou mais fechadas - Gosta de…?, evitando influenciar respostas e procurando alternativas para eventuais fugas ao tema)
- Adequar as perguntas ao entrevistado ( personalidade, nível etário, nível socio-cultural…) e à situação ( momento lugar ).
- Selecionar um vocabulário claro, acessível e preciso.
- Estabelecer o número de perguntas e proceder à sua ordenação.


TEXTO DA ENTREVISTA
Ao passar o texto a limpo, é importante ter em conta :
- A pontuação.- A ortografia.-A  apresentação gráfica.


Resumo

O resumo é a apresentação concisa e frequente seletiva do texto, pondo em destaque os elementos de maior interesse e importância. Consiste no trabalho de condensação de um texto capaz de reduzi-lo a seus elementos de maior importância. Tem a finalidade de difundir o mais amplamente as informações e permitir, a quem o lê, decidir sobre a conveniência de consultar o texto completo. Sua extensão não deve ir além de duzentas palavras.
a) Características  de um resumo.
1. Formado de parágrafos de sentido completo. Após a criação do resumo, dispensa-se a leitura original para compreensão do conteúdo.
2. O resumo não indica tópicos apenas, mas condensa sua apresentação de tal modo que possa dar uma visão global do texto. Comporta análise e apreciação a partir de uma compreensão do texto.
3. Mantém a fidelidade às idéias do texto, ou seja, o resumo deve conter  somente as idéias importantes do autor.
4. Ajuda na captação, análise, relacionamento, fixação, e integração do que se estuda.



Normas para um bom resumo.

1.
Separar os dados essenciais secundários.
2. Selecionar as ideias principais.
3. Considerar o que deve ser anotado de acordo com o uso que se vai fazer.
4. Relacionar os elementos destacados e condensá-los.
5. Não resumir antes de ler, de esclarecer todo o conteúdo, de sublinhar e fazer anotações na margem do texto.
6. Desenvolver o assunto com as próprias palavras, de maneira dissertativa, usando frases curtas.
7. Usar parágrafos para separar os elementos importantes e diferentes.
8. Em cada parágrafo, deverá haver um só elemento importante


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Unicamp : resenha e crônica



A resenha

A resenha é um gênero textual em que se propõe a construção de relações entre as propriedades de um objeto analisado, descrevendo-o e enumerando aspectos considerados relevantes sobre ele. No jornalismo, é utilizado como forma de prestação de serviço. É texto de origem opinativa e, portanto, reúne comentários de origem pessoal e julgamentos do resenhador sobre o valor do que é analisado.
O objeto resenhado pode ser de qualquer natureza: um romance, um filme, um álbum, uma peça de teatro ou mesmo um jogo de futebol. Uma resenha pode ser "descritiva" e/ou "crítica".

1.Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar;
2.Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado;
3.Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;
4.Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize 3 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado;
5.Analise de forma crítica: Aqui entra sua opinião. Argumente, baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações e sendo crítico.
6.Recomende a obra
: Fale sobre a utilidade da obra para um determinado público-alvo.. Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.
7.Identifique o autor: Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador.
8.Assine e identifique-se: No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”

( OBS IMPORTANTE : o nome- item 8 - deverá ser fictício, visto que você não poderá identificar seu texto sob pena de ter a prova anulada)

  A Crônica



No jornalismo brasileiro, a crônica surge como folhetim – espaço, escrito por poetas ou ficcionistas, reservado para registrar o que acontece no dia-a-dia.

A crônica moderna é enunciadora fiel do cotidiano – agindo em torno da atualidade – e cumpridora do papel de criticar o lado social da humanidade.

Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se alimenta dos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica.

Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém.

Pela sua participação direta na sociedade,funciona como matéria interligada ao jornalismo informativo.

A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista.

Elementos que funcionam: humor, intimidade, lirismo, surpresa, estilo, elegância, solidariedade.