segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Redação Unifesp - Intolerância em xeque.




Unifesp / 2011-  vamos treinar?

Dica : Não se esqueça de que uma boa introdução /tese já significa 50% de chance de um texto interessante.O corretor sentir-se -á motivado a lê-lo e você terá mais facilidade para defender sua opinião.


Instrução: Leia os três textos seguintes.
texto 1
Num restaurante de classe média, pessoas torcem o nariz e pagam a conta antecipadamente, sem concluir a refeição, porque na mesa ao lado senta-se um casal negro, com uma filha e um filho adolescentes. Ninguém comenta ou reclama de que se trata de uma demonstração criminosa de racismo, não comprovável mas evidente. A adolescente discriminada põe-se a chorar e pede aos pais para irem embora também. A família comemorava ali o 14º aniversário dela.
Uma mulher decide sair de um casamento infeliz e pede a separação. O marido, que certamente também não está feliz, recusa qualquer combinação amigável e quer uma separação litigiosa. As duas filhas moças tomam o partido do pai, como se de repente a mãe que delas cuidara por mais de vinte anos tivesse se transformado em alguém desprezível, irreconhecível e inaceitável. Nenhuma das duas lhe pergunta os seus motivos; ninguém deseja saber de suas dores; nenhuma das duas jovens mulheres lhe dá a menor
chance de explicação, o menor apoio. Parece-lhes natural que, diante de um passo tão grave da parte de quem as criara, educara, vestira, acarinhara e acompanhara devotadamente por toda a vida, fosse negado qualquer apoio, carinho e respeito.
Os casos se multiplicam, são muito mais cruéis do que estes, existem em meu bairro, em seu bairro. Nossa postura diante do inesperado, do diferente, raramente é de atenção, abertura, escuta. Pouco nos interessam os motivos, o bem, as angústias e buscas, direitos e razão de quem infringe as regras da nossa acomodação, frivolidade ou egoísmo. Queremos todos os privilégios para nós, a liberdade, a esperança. Para os outros, mesmo se antes eram muito próximos, queremos a imobilidade, a distância. Cassamos sem respeitar os seus direitos humanos mais básicos. A intolerância, que talvez não conste no índex das religiões mais castradoras, é com certeza um feio pecado capital. Do qual talvez nenhum de nós escape, se examinarmos bem.
(Lya Luft. Veja, 15.12.2004. Adaptado.)

texto 2
Entrevista com Zilda Márcia Gricoli, historiadora e diretora-executiva do Laboratório de Estudos da Intolerância da Universidade de São Paulo (USP), que investiga e discute o tema em todas suas vertentes.

-Qual a proposta do Laboratório de Estudos da Intolerância?
-Trata-se de um centro multidisciplinar da Universidade de São Paulo (USP) que investiga todos os dilemas da intolerância, seja ela política, religiosa, cultural, sexual. Incluímos também o que chamamos de tolerância ao intolerável: prostituição infantil e massacres de populações indígenas e de rua, por exemplo. Trabalhamos ainda com os direitos dos animais. Refletindo sobre a forma como os homens os tratam, descobrimos como eles agem em relação aos seres humanos. Faremos um grande seminário sobre o assunto, aberto ao público.

-Dê exemplos da intolerância no Brasil.
-Não toleramos o pobre, por exemplo. Pobre é lixo, não queremos ver, queremos jogá-los fora. Pode ser índio, negro, branco. Em São Paulo, há praças que contam com o banco “antimendigo”, com braçadeiras especiais, que não permitem que ninguém durma ali. Gradearam chafarizes para que a população não tome banho. Tudo para “limpar” a cidade dos pobres. Como se eles fossem
responsáveis pela sujeira.

-É possível desenvolver a tolerância?
-Sim. A intolerância é totalmente cultural. A cultura foi criada pelo homem para a sobrevivência da espécie. Ela tem esse objetivo, que é a proteção da vida, e não a destruição. A autonomia cultural não pode ir além da vida humana. Quando a cultura se apropria da negação do outro, é preciso uma intervenção.
(http://planetasustentavel.abril.com.br. Adaptado.)

texto 3
Fascismo, comunismo, nazismo e todos os outros ismos totalitários produziram ao longo dos tempos algumas das mais pavorosas cenas de intolerância perpetradas pelo homem contra alguém que ele julga diferente. “Fogueiras, patíbulos, decapitações, guilhotinas, fuzilamentos, extermínios, campos de concentração, fornos crematórios, suplícios dos garrotes, as valas dos cadáveres, as deportações, os gulags, as residências forçadas, a Inquisição e o índex dos livros proibidos”, descreveu o jurista italiano Italo Mereu, são algumas das mais bárbaras manifestações de ódio adotadas por quem julga “possuir a verdade absoluta e se acha no dever de impô-la a todos, pela força”. A praga da intolerância só atinge esse patamar de perversidade quando um outro valor já não vigora mais há muito tempo: a democracia. É mais ou menos assim que as coisas funcionam. Aniquila-se a democracia em nome de um ideal revolucionário que promete semear a liberdade e o fim da opressão dos mais fracos. Essa é a promessa, mas o que se colhe jamais é a libertação, apenas abuso e intolerância. Numa primeira fase, o abuso é interno e concentrado contra os inimigos políticos do regime. Depois, todos se tornam inimigos em potencial e até a delação de vizinhos vira uma arma de controle social. Na fase seguinte, surgem as guerras contra os inimigos externos.
(Amauri Segalla. Veja, 16.04.2003. Adaptado.)

Com base nas informações e reflexões dos textos apresentados – ou, ainda, agregando a eles outros elementos que você julgar pertinentes –, redija uma dissertação em prosa e em norma padrão sobre o seguinte tema:
A Intolerância em xeque

Dê título ao texto.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Proposta de Redação : A efemeridade da vida.





Alice: Quanto tempo dura o eterno?

Coelho: Às vezes apenas um segundo.

(Alice no País das Maravilhas)


INSTANTES
Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido;
na verdade, bem poucas pessoas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais entardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvete e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu
sensata e produtivamente cada minuto da sua vida.
Claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver,
trataria de ter somente bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feita a vida:
só de momentos – não percas o agora.
Eu era um desses que nunca ia a parte alguma
sem um termômetro, uma bolsa de água quente,
um guarda-chuva e um pára-quedas;
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos
e sei que estou morrendo.


Atribuído a Jorge Luís Borges

Proposta
O texto “Instantes”, de autoria (incerta) atribuída ao escritor argentino Jorge Luis Borges, trata de uma avaliação a respeito da efemeridade da vida e da premência de se usufruir dos bons momentos em detrimento de sacrifícios desnecessários.

Considerando essa reflexão a respeito dos valores da vida, redija uma dissertação sobre a“efemeridade da vida”, procurando elencar um conjunto de valores julgados realmente importantes e outro conjunto de valores impostos socialmente, de importância duvidosa.
                                                                                              Gizelda

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Fuvest 2012 - Livros para você!



Alguns dias antes estava sossegado, preparando látegos, consertando cercas. De repente, um risco no céu, outros riscos, milhares de riscos juntos, nuvens, o medonho rumor de asas a anunciar destruição. Ele já andava meio desconfiado vendo as fontes minguarem. E olhava com desgosto a brancura das manhãs longas e a vermelhidão sinistra das tardes.

 O crítico Álvaro Lins, referindo-se a Vidas Secas, obra de Graciliano Ramos, da qual se extraiu o trecho acima,afirma que, além de ser o mais humano e comovente dos livros do autor, é “o que contém maior sentimento da terra nordestina, daquela parte que é áspera, dura e cruel, sem deixar de ser amada pelos que a ela estão ligados teluricamente”. Por outro lado, merece destaque, dentre os elementos constitutivos dessa obra, a paisagem, a linguagem e o problema social.

1-Assim, a respeito da linguagem de Vidas Secas, é correto afirmar-se que

A) apresenta um estilo seco, conciso e sem sentimentalismo, o que retira da obra a força poética e impede a presença de características estéticas.
B) caracteriza-se por vocabulário erudito e próprio dos meios urbanos, marcado por estilo rebuscado e grandiloquente.
C) revela um estilo seco, de frase contida, clara e correta, reduzida ao essencial e com vocabulário meticuloso.
D) apresenta grande poder descritivo e capacidade de visualização, mas apóia-se em sintaxe marcada por períodos longos e de estrutura subordinativa, o que prejudica sua compreensão.
E) marca-se por estilo frouxo e sintaxe desconexa, à semelhança da própria estrutura da novela que se constrói de capítulos soltos e ordenação circular.

Quando saltaram em terra começou a Maria a sentir certos enojos; foram os dous morar juntos; e daí a um
mês manifestaram-se claramente os efeitos da pisadela e do beliscão; sete meses depois teve a Maria um filho,formidável menino de quase três palmos de comprido, gordo e vermelho, cabeludo, esperneador e chorão; o qual, logo depois que nasceu, mamou duas horas seguidas sem largar o peito. E este nascimento é certamentede tudo o que temos dito o que mais nos interessa, porque o menino de quem falamos é o herói desta história.

2--O trecho acima integra o romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida Considerando o romance como um todo, indique a alternativa que contém informações que não são pertinentes a essa obra.
A) É classificado como romance folhetinesco, e foi publicado em capítulos no jornal carioca Correio Mercantil entre 1852 e 1853.
B) Segundo alguns críticos, pode ser considerado precursor do movimento realista, por causa da forma com caracteriza o cotidiano dos personagens, moradores dos bairros populares do Rio de Janeiro.
C) É considerado como o romance da malandragem, narrado em terceira pessoa e inteiramente aclimatado n tempo em que D. João VI governou o Brasil.
D) É considerado um romance picaresco, por causa das ações de seu herói principal, e plenamente identificado com o ideário romântico vigente na literatura da época.
E) Prende-se ao Romantismo brasileiro, ainda que apresente um certo descompasso com os padrões e o toda estética romântica.

Fiquei tão alegre com esta idéia, que ainda agora me treme a pena na mão. Sim, Nero, Augusto, Massinissa,
e tu, grande César, que me incitas a fazer os meus comentários, agradeço-vos o conselho, e vou deitar ao papel as reminiscências que me vierem vindo. Deste modo, viverei o que vivi, e assentarei a mão para alguma obra de maior tomo. Eia, comecemos a evocação por uma célebre tarde de novembro, que nunca me esqueceu. Tive outras muitas, melhores, e piores, mas aquela nunca se me apagou do espírito. É o que vais entender, lendo.

3-O trecho acima é do romance Dom Casmurro, escrito por Machado de Assis. Nele, o narrador propõe-se a escrever suas reminiscências e, assim, viver o que viveu. A evocação da célebre tarde a que o narrador se refere e que nunca se lhe apagou do espírito liga-se

A) à efetiva presença e participação de Bentinho na conversa da família que decide seu destino futuro.
B) ao alerta de José Dias a D. Glória quanto ao cumprimento da promessa de tornar Bentinho padre.
C) ao destino e à felicidade de Bentinho, preparando-o para o casamento com Capitu.
D) à reunião da família para acertar a viagem de Bentinho e de José Dias à Europa, como forma de desviá-lo
da sedução de Capitu.
E) às ações de D. Glória para preservar a memória da família, ao tentar ligar as duas pontas da vida, propos-
ta esta retomada pelo narrador no início do romance.

Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, “olhos de cigana oblíqua e dissimulada”. Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação creio que lhe deu outra idéia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mirá-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que... Retórica dos namorados, dá-me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. (Machado de Assis, Dom Casmurro.)

4. No texto de Sabino, o narrador questiona a traição de Capitu. Lendo o texto de Machado, pode-se entender que esse questionamento decorre de
A) os fatos serem narrados pela visão de uma personagem, no caso, o narrador em primeira pessoa, que fornece ao leitor o perfil psicológico de Capitu.
B) a personagem ser vista por José Dias como oblíqua e dissimulada, o que gerou mal-estar no apaixonado de
Capitu, deixando de vê-la como uma mulher de encantos.
C) a apresentação da personagem Capitu ser feita no romance de maneira muito objetiva, sem expressão dos
sentimentos que a vinculavam ao homem que a amava.
D) os aspectos psicológicos de Capitu serem apresentados apenas pelos comentários de José Dias, o que lhe torna a caracterização muito subjetiva.
E) o amado de Capitu não conseguir enxergar nela características mais precisas e menos misteriosas, o que o faz descrevê-la de forma bastante idealizada.

5-. Ao afirmar que Capitu tinha olhos de cigana oblíqua, José Dias a vê como uma mulher
A) irresistível.
B) inconveniente.
C) compreensiva.
D) evasiva.
E) irônica
 6-. Para o narrador, os olhos de Capitu eram olhos de ressaca, como a vaga que se retira da praia, nos dias de ressaca. Entende-se, então, que ele
A) começava a nutrir sentimento de repulsa em relação a ela, como está sugerido em [seus olhos] entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...
B) se sentia fortemente atraído por ela, como comprova o trecho: Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro...
C) passou a desconfiar da sinceridade dela, como está exposto em: mas dissimulada sabia, e queria ver se se podiam chamar assim.
D) começava a vê-la como uma mulher comum, sem atrativos especiais, como demonstra o trecho: eu nada achei extraordinário...
E) deixava de vê-la como uma mulher enigmática, como está sugerido em: Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá idéia daquela feição nova.

Gabarito:   1- c    /    2- d    /    3- b    /    4-a    /     5- d    /   6- b

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Ainda Unicamp... ninguém merece!





 Vestibular Brasil Escola comenta as três propostas Unicamp,o que mostra que , realmente , foi uma prova mal feita. Enfim, no Brasil, os alunos sempre " pagam a conta", não é mesmo?


O texto está em http://vestibular.brasilescola.com/correcoes-provas/comentario-redacao-03-unicamp-2012.htm.


Os grifos são nossos.

A proposta número um solicitou que o candidato participasse de um fórum numa página da internet especializada em orientação vocacional, no qual ele emitisse sua opinião a partir de um comentário postado por um internauta, identificado como Estudante Paulista, tendo como referência o gráfico “Gostaria de ser cientista?”. A interlocução não foi claramente definida. O candidato deveria se colocar na posição de um frequentador do fórum, incluindo um possível concluinte do Ensino Médio que publica sua opinião, dirigindo-se a todos, incluindo-se aí o Estudante Paulista. Sobre o gráfico, é interessante notar que na grande maioria dos locais apresentados (com exceção de Uganda e Lesoto) o número de meninos que desejam ser cientistas é maior que o de meninas. Ao interpretar o resultado da pesquisa o candidato deveria levar em conta que em regiões mais urbanizadas ou desenvolvidas, o número de estudantes que responderam afirmativamente é menor que em áreas menos urbanizadas. Isso pode ser constatado comparando países como Dinamarca (desenvolvido e com poucas respostas afirmativas) e Malavi (pouco desenvolvido e com muitas respostas afirmativas) e as próprias cidades brasileiras (São Caetano do Sul - SP, mais urbanizada; Tangará da Serra - MT, menos). Tal informação pode ser interpretada como importante para o Estudante Paulista que se identificou com os resultados obtidos na cidade de seu estado. Coube ao candidato a decisão de concordar ou não com o posicionamento do Estudante Paulista. Para isso, ele poderia utilizar as informações contidas no gráfico, dirigir-se ao fórum, lembrando-se de mencionar o EP, e/ou contextualizar seu argumento, com a possibilidade de alguém que deseja seguir carreira de cientista. O nível de dificuldade apresentado não era grande, uma vez que o gênero comentário não é estranho para os candidatos. Não obstante, a não-definição clara da interlocução no fórum pode causar um desconforto ao aluno não acostumado a essa plataforma virtual, o fórum.

A segunda proposta exigiu que o vestibulando se imaginasse no seguinte contexto de enunciação: o emissor teria que ser um aluno de uma escola que, apoiado pelos colegas, iria escrever um manifesto para ser lido em uma reunião de pais e professores com a direção da escola. Este documento teria sua origem motivada pelo fato de a direção da escola ter efetuado um monitoramento da utilização das redes sociais pelos estudantes, a partir de um evento que teria desagradado à  direção da instituição educacional.
Não ficou claro, na proposta, se o documento deveria ter sido escrito apenas por um aluno ou por um grupo de estudantes; portanto, a proposta deixou a desejar no que diz respeito a esclarecer, ao vestibulando, se a autoria teria que ser individual ou coletiva. Apenas ficou evidente o direcionamento de tal texto: para pais, professores e diretores da instituição, já que a situação em que o documento seria lido era uma reunião tipicamente escolar. O aluno, portanto, teria que explicitar, em seu texto, os interlocutores e a autoria (individual e/ou coletiva).Dada a situação de interlocução, o candidato deveria escrever um manifesto, gênero textual de tipologia argumentativa e panfletária, na modalidade oral formal (sem gírias e sem informalidades similares). A proposta, mais uma vez, pecou ao não deixar claro ao candidato se ele teria que adequar o gênero “manifesto” – que normalmente é escrito –  ao registro oral, incluindo marcas típicas da situação oral formal, como a saudação; ou se deveria escrever um manifesto e lê-lo, sem essas marcas.
Pela terceira vez, a proposta deixou a desejar ao não explicitar se o posicionamento dos alunos deveria ser, necessariamente, a favor ou contrário ao monitoramento escolar das redes sociais. A escolha mais provável efetuada pelos vestibulandos seria a de discordar do monitoramento. Seguindo este posicionamento, o candidato teria que declarar o motivo que originou o cerseamento virtual. Para cumprir tal tarefa, o candidato poderia encontrar, no texto base, várias ocorrências que poderiam inspirá-lo a criar o motivo que constaria no manifesto. Ainda nesse procedimento oral e/ou escrito, o vestibulando teria que explicitar o seu posicionamento apoiado pelos próprios colegas, bem como elaborar uma estratégia argumentativa que sustentasse tal posicionamento. O autor do texto (individual e/ou coletivo) teria ainda que convocar pais, professores e alunos a agirem de acordo com o que estava(m) defendendo.
O que não poderia deixar de estar presente, nesse segundo texto, era um bom trabalho argumentativo e a elaboração de um contexto de verossimilhança adequado ao que foi pedido pela proposta. Infelizmente, a segunda produção textual teria sido cumprida com muito mais segurança pelo candidato, se houvesse um cuidado e uma clareza maiores na elaboração da proposta.

Para a elaboração da 3ª proposta, o aluno teria que se colocar na posição de um leigo em informática que , ao ler a matéria “Cabeça nas nuvens” (que constava na coletânea), resolve se aprofundar no conceito “computação em nuvem” e que, depois de trocar idéias com usuários de computadores e de ler sobre o assunto, resolve produzir um verbete a ser publicado em uma enciclopédia on-line dirigida a pessoas que, como o emissor, são leigas. Seu texto tinha como objetivo explicar o que é o conceito “computação em nuvem”, já que chegou à conclusão de que este é pouco conhecido.
Sendo o verbete um gênero textual com característica informativa, o candidato deveria explicar, de forma clara, objetiva e o mais completa possível, o que é “computação em nuvem”, fornecendo ilustrações que comprovassem a presença de tal conceito em atividades cotidianas da maioria dos usuários de computador, como a utilização de programas virtuais de email ( como aparece no texto II), e a utilização de arquivos que ficam armazenados virtualmente ( como destacado pelo texto base). Ainda nesse verbete, o vestibulando deveria mostrar uma vantagem (como a utilização de aplicativos disponibilizados gratuitamente em ambientes virtuais), e uma desvantagem (como dependência do usuário com relação à qualidade da conexão, bem como a fragilidade da privacidade das informações).
Com relação à interlocução, a proposta, mais uma vez, deixou o candidato em dúvida ao possibilitar duas leituras: uma seguindo as características do gênero “verbete” e sua natureza enciclopédica, que não possui marca de interlocução; e outra, seguindo indício da proposta, que indica que o verbete fora produzido por e direcionado para leigos em informática. Caso a proposta estivesse se referindo a um verbete típico, o candidato não poderia, na elaboração de seu conceito, marcar a interlocução de forma explícita, deveria marcar a interlocução entre não especialistas no assunto através de uma seleção vocabular que não fosse técnica e explicações conceituais muito simples.
A terceira proposta, assim como as duas primeiras, trouxe problemas no modo de apresentação para o aluno que, provavelmente, teve dificuldades em perceber exata e especificamente o que estava sendo exigido com relação à execução do texto. Seguindo as propostas atuais de produção de texto em contexto escolar, foi exigida do candidato a produção de um texto informativo, inédito nesse novo formato do vestibular da Unicamp.

Lamentável!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Ah! Unicamp...Verbete????


Às vezes, eu me sinto muito frustrada , quando vejo algo como a prova da Unicamp de Redação de ontem, domingo, 13/11Um ano inteiro para criar uma prova e.. .Arrogância ? Desejo de ser "diferente"?Poderia estender-me em um texto sem fim de questionamentos, mas vou me limitar a uma pergunta :

Em quê a criação de um verbete consegue avaliar a escrita de um aluno em uma prova de vestibular? 

Se alguém sabe a resposta, por favor,vou adorar conhecê-la.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Mais redação Unicamp! Mais gêneros literários.



Texto Instrucional

Você já deve ter dado instruções a alguém e, portanto, feito uso de um gênero textual muito veiculado socialmente. Trata-se do texto instrucional, presente nas bulas dos remédios, nas receitas de comida, nas instruções de jogos, nas instruções de como usar aparelhos eletroeletrônicos, de como utilizar novos programas de computador, etc.
O texto instrucional tem uma estrutura bem simples, o que permite a uma pessoa leiga no assunto em questão aprender a manusear ou a fazer algo a partir de sua leitura. Essa é a intenção: ensinar aqueles que não sabem jogar um jogo, a jogá-lo; ensinar aqueles que não sabem preparar um prato diferente, a prepará-lo; ensinar as pessoas que tomam remédios, a tomá-los adequadamente.
Em alguns casos, os textos instrucionais servem para orientar pessoas em casos de emergência. Em situações como essas, é recomendável que a pessoa tenha acesso a instruções para resolver determinados problemas de forma bastante objetiva e clara. Daí a importância da estrutura dos textos instrucionais, que até na maneira como estão diagramados podem contribuir para facilitar a tomada de decisões.
As instruções configuram-se , habitualmente, com verbos no modo imperativo (misture, adicione, sirva…) ou com verbos no infinitivo (misturar, preparar).



NARRAÇÃO

Qualquer  acontecimento do qual participamos, direta ou indiretamente, acarreta uma sucessão de  fatos  passíveis de serem narrados. Logo, o fato é a matéria da narração   (personagens  e circunstâncias).
Leve-se em conta  que,  quando o episódio  é  real, a narração fundamenta-se  em pesquisas;  quando o episódio  é fictício , o narrador deve utilizar  a imaginação.

Costuma-se  fazer uma série  de perguntas e as respostas dadas estabelecem o que é essencial em um fato narrado.
Exemplificando :

O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(n) a história;
QUEM? - a personagem ou personagens;protagonista e antagonista.
COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos;
ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência
QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos;
POR QUÊ? - a causa do acontecimento.
CONCLUSÃO: ???? A SURPRESA.

                                               

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Unicamp / A carta.


Carta 
Esse é um tipo de texto que se caracteriza por envolver um remetente e um destinatário. É normalmente escrita em primeira pessoa, e sempre visa um tipo de leitor.
É necessário que se utilize uma linguagem adequada ao tipo de destinatário e que durante a carta não se perca a visão daquele para quem o texto está sendo escrito. Dependendo do leitor há até mesmo tratamentos específicos, no caso de autoridades como o papa (Vossa Santidade), o juiz, o presidente, entre outros.
Há algumas características que marcam esse tipo de texto:
- Local e Data
- Destinatário
- Saudação
- Introdução referencial /Interlocução com o destinatário (vocativos)- essencial
- Despedida



OBS: Esses itens estão na ordem em que devem aparecer.


No caso dos concursos há um tipo de carta comumente sugerido: a carta argumentativa. Sobre esse tipo de texto destacaremos algumas “regras” que ajudaram na composição da mesma.


Adequação ao tema: Como são argumentativas devem sustentar uma tese e defendê-la, de modo a persuadir seu interlocutor a concordar com os argumentos utilizados. Além disso, é bom que traga também dados, fatos, exemplos, etc., que possam auxiliar o processo de convencimento do leitor e atestar a veracidade e coerência das opiniões expostas.


Adequação ao tipo de texto: A carta deve obedecer às mesmas características das outras cartas, as quais já foram citadas. Precisam ser coesas e coerentes, construindo um texto, e as informações não devem ser repetidas, ao invés disso é adequado utilizar citações ou opiniões de outros autores, explorando em profundidade essas opiniões. É indispensável que sejam objetivas e analíticas, fazendo observações inteligentes e fundamentadas, sempre criando relações entre os argumentos.


Adequação à norma da língua portuguesa: Deve obedecer, assim como os demais textos, às regras de sintaxe, paragrafação, grafia, concordância, regência (nominal e verbal), colocação pronominal, pontuação e regras de coerência e coesão.
O que diferencia a carta argumentativa das demais cartas é o compromisso que ela assume com o convencimento do interlocutor, e o que a diferencia de uma simples dissertação argumentativa é que esta é dirigida a um interlocutor universal, enquanto aquela é dirigida a um interlocutor previamente especificado. Este fato torna mais fácil o processo de argumentação, já que eu conheço o leitor da minha carta, e assim posso prever os questionamentos e interesses possivelmente vindos dele.


É importante que se saiba que o foco da carta é a persuasão do destinatário. Conhecendo-o podemos fundamentar melhor os argumentos a serem utilizados e adequá-los à realidade daquele público



Ribeirão Preto, 16 de novembro de 2010.


A/C Diretor Geral
 Prezado Sr. ____________.

Pela presente venho comunicar-lhe  minha decisão de deixar a honrosa função de ___________ a mim confiada pela (nome da empresa), desde janeiro de 1985.
 Agradeço a oportunidade que me foi dada. Nesse período de X anos de trabalho , esforcei-me ao máximo para concretizar os objetivos que me foram determinados,senhor. Ainda mais por minha própria vontade de crescimento pessoal.
 Muito foi realizado e nossa sinergia trouxe benefícios evidentes para ambos os lados,o que o caro diretor pode perfeitamente analisar. Porém, chega o momento em que nossa parceria parece ter atingido seu ápice. Sinto meu desejo de crescimento pessoal ainda pungente e preciso atendê-lo.Agora, é necessário fechar um ciclo de plenas realizações para iniciar outro.
Por esse motivo e sem nenhuma reserva ou desagrado quanto a minha permanência até esta data na empresa, é que me demito. Solicito  o senhor rescinda o meu contrato de trabalho com observação do período de aviso prévio de ___ meses com início no dia __ /__ /__ ..
 Peço-lhe que assine e me devolva a cópia da presente carta em sinal de acordo.

Atenciosamente,

                                                                           ----------------------------------
                                                                                     José ou Josefa.



OBS : Todos os parágrafos devem ter interlocução marcada por vocativos.

Em 30 de Setembro de 2010  há um post com os principais pronomes de tratamento.Dê uma olhadinha , vai valer a pena.

domingo, 6 de novembro de 2011



Entrevista
Antes de iniciar qualquer entrevista, é necessário seleccionar :
- O  tema - Os objetivos da entrevista- A pessoa a entrevistar


GUIÃO DE ENTREVISTA
Para facilitar a condução da entrevista, deve construir-se um guião que respeite alguns procedimentos:


- Elaborar perguntas de acordo com o tema, os objetivos da entrevista, as expectativas do entrevistador e de possíveis leitores, ouvintes ou espectadores.
- Construir perguntas variadas (mais abertas – O que pensa de…? – ou mais fechadas - Gosta de…?, evitando influenciar respostas e procurando alternativas para eventuais fugas ao tema)
- Adequar as perguntas ao entrevistado ( personalidade, nível etário, nível socio-cultural…) e à situação ( momento lugar ).
- Selecionar um vocabulário claro, acessível e preciso.
- Estabelecer o número de perguntas e proceder à sua ordenação.


TEXTO DA ENTREVISTA
Ao passar o texto a limpo, é importante ter em conta :
- A pontuação.- A ortografia.-A  apresentação gráfica.


Resumo

O resumo é a apresentação concisa e frequente seletiva do texto, pondo em destaque os elementos de maior interesse e importância. Consiste no trabalho de condensação de um texto capaz de reduzi-lo a seus elementos de maior importância. Tem a finalidade de difundir o mais amplamente as informações e permitir, a quem o lê, decidir sobre a conveniência de consultar o texto completo. Sua extensão não deve ir além de duzentas palavras.
a) Características  de um resumo.
1. Formado de parágrafos de sentido completo. Após a criação do resumo, dispensa-se a leitura original para compreensão do conteúdo.
2. O resumo não indica tópicos apenas, mas condensa sua apresentação de tal modo que possa dar uma visão global do texto. Comporta análise e apreciação a partir de uma compreensão do texto.
3. Mantém a fidelidade às idéias do texto, ou seja, o resumo deve conter  somente as idéias importantes do autor.
4. Ajuda na captação, análise, relacionamento, fixação, e integração do que se estuda.



Normas para um bom resumo.

1.
Separar os dados essenciais secundários.
2. Selecionar as ideias principais.
3. Considerar o que deve ser anotado de acordo com o uso que se vai fazer.
4. Relacionar os elementos destacados e condensá-los.
5. Não resumir antes de ler, de esclarecer todo o conteúdo, de sublinhar e fazer anotações na margem do texto.
6. Desenvolver o assunto com as próprias palavras, de maneira dissertativa, usando frases curtas.
7. Usar parágrafos para separar os elementos importantes e diferentes.
8. Em cada parágrafo, deverá haver um só elemento importante


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Unicamp : resenha e crônica



A resenha

A resenha é um gênero textual em que se propõe a construção de relações entre as propriedades de um objeto analisado, descrevendo-o e enumerando aspectos considerados relevantes sobre ele. No jornalismo, é utilizado como forma de prestação de serviço. É texto de origem opinativa e, portanto, reúne comentários de origem pessoal e julgamentos do resenhador sobre o valor do que é analisado.
O objeto resenhado pode ser de qualquer natureza: um romance, um filme, um álbum, uma peça de teatro ou mesmo um jogo de futebol. Uma resenha pode ser "descritiva" e/ou "crítica".

1.Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do livro ou artigo que você vai resenhar;
2.Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo o conteúdo do texto a ser resenhado;
3.Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto completo;
4.Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize 3 parágrafos para resumir claramente o texto resenhado;
5.Analise de forma crítica: Aqui entra sua opinião. Argumente, baseando-se em teorias de outros autores, fazendo comparações e sendo crítico.
6.Recomende a obra
: Fale sobre a utilidade da obra para um determinado público-alvo.. Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseie-se na idade, na escolaridade, na renda etc.
7.Identifique o autor: Fale brevemente da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador.
8.Assine e identifique-se: No último parágrafo você escreve seu nome e fala algo como “Acadêmico do Curso de Letras da Universidade de Caxias do Sul (UCS)”

( OBS IMPORTANTE : o nome- item 8 - deverá ser fictício, visto que você não poderá identificar seu texto sob pena de ter a prova anulada)

  A Crônica



No jornalismo brasileiro, a crônica surge como folhetim – espaço, escrito por poetas ou ficcionistas, reservado para registrar o que acontece no dia-a-dia.

A crônica moderna é enunciadora fiel do cotidiano – agindo em torno da atualidade – e cumpridora do papel de criticar o lado social da humanidade.

Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se alimenta dos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica.

Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém.

Pela sua participação direta na sociedade,funciona como matéria interligada ao jornalismo informativo.

A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista.

Elementos que funcionam: humor, intimidade, lirismo, surpresa, estilo, elegância, solidariedade.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A educação à deriva ( ainda!)



"O MEC de Fernando Haddad contrata empresas sem licitação para realizar seus exames, inclusive os pré-testes, e consegue aplicar no exame oficial 14 — e não 9, como admitira ontem o ministério — QUESTÕES IDÊNTICAS àquelas aplicadas no pré-teste. Admitindo-se que seja isso mesmo, é evidente que estamos diante de um caso caracterizado de vazamento.
Como é que um órgão do governo gasta R$ 375 milhões para fazer um exame (contra R$ 128 milhões no anterior), SEM LICITAÇÃO, para armar uma presepada dessas? Então se aplicaram questões semelhantes; não se tomou o cuidado nem sequer de mudar a ordem das alternativas, nada… O MINISTÉRIO ESTÁ ADMITINDO, ENTÃO, QUE NÃO FORAM SÓ OS ALUNOS DE FORTALEZA OS EXPOSTOS A QUESTÕES, MAS TODOS AQUELES QUE FIZERAM O PRÉ-TESTE: 100 MIL!!!"
"O pré-teste serve para verificar quais perguntas são consideradas fáceis ou difíceis por um público com perfil semelhante ao que fará o Enem. Segundo o Inep, o aumento nos gastos se deve à ampliação do serviço: desta vez, o instituto pretende aplicá-lo para 100.000 estudantes em 40 municípios, ante cerca de 50.000 alunos de 10 capitais em 2009.” (INEP)
Veja online,28 de outubro de 2011.

HINO NACIONAL

Parte I

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.

Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!

Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.

Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!

Parte II

Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!

Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
"Nossos bosques têm mais vida",
"Nossa vida" no teu seio "mais amores."

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!


Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- "Paz no futuro e glória no passado."

Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.

Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!

Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!


Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva



Começando por mudar a letra do Hino...
Bem,sei que será uma surpresa esse post, porque não costumo enveredar por questões políticas e sociais, uma vez que não consigo deixar de me indignar e me expor muito. Mas,nos últimos dias, ao abrir os portais de notícias  na internet, pela manhã, tenho sido surpreendida por manchetes de possível cancelamento  da prova do Enem DE NOVO. Sinto uma vergonha avassaladora, sinto-me cúmplice dessa sujeira, como cidadã, como brasileira e , sobretudo, como professora.

Tenho vivido de perto a apreensão de jovens, cujo futuro começaria nessa prova, e que seriam cobaias dela, pois ainda é um experimento.Vá lá , é uma tentativa de mudança!

Mas, são cerca de  milhões de candidatos que realizaram o exame que estarão atônitos, impotentes, frustrados,inseguros, pois  prolongar-se-á neles a  conhecida agonia. Quem merece???? E as Universidades Federais como é que ficam? Não é possível que ninguém se levante em defesa da educação nesse país...

Meu Deus! Não consigo ficar calada sob pena de pactuar com MAIS UMA SUJEIRA! Será que ninguém percebe que Olimpíadas é acessório e Educação é essencial????

Temos que mudar o Hino Nacional, urgente :

Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salvem-na! Salvem-na! enquanto é tempo.


Em tempo: É preciso "levantar-se do berço esplêndido" , mesmo porque quem "está deitado eternamente" já morreu!

Atualização ( Portal Terra, 11,17hs)
Alunos do colégio Christus, em Fortaleza, estão indignados com a decisão do Ministério da Educação de cancelar a prova dos 639 candidatos que são estudantes da instituição. "É uma palhaçada isso com a gente, a gente passa o ano todinho estudando e eles vêm punir a gente? É pra punir o colégio, se o colégio fez algo errado devem punir o colégio e não punir os estudantes". Pais de estudantes matriculados na escola também classificam a decisão como injusta. "A minha filha quando soube de algumas questões dividiu com colegas de outros colégios que eu não quero citar o nome. Então eu fico só preocupada com a parte da igualdade, que haja isonomia" critica a advogada Iris Gadelha.

domingo, 23 de outubro de 2011

ENEM 2011- um tema previsível...Redes Sociais.


 Fim da prova.Livres da tensão que o Enem provoca,sobretudo por conta de alguns desvios anteriores imperdoáveis, parece (?) que tudo correu bem, felizmente.

Algumas questões mais elaboradas são necessárias, uma vez que estão em jogo vagas em universidades de prestígio, bem conceituadas.Mas nada que não pudesse ser resolvido. Também esperada era  a ausência de um grande contingente de alunos, que , segundo as primeiras estimativas, gira em torno de 25%.

Quanto à redação, quem vasculhou esse blog à procura de temas, pode encontrá-lo postado em agosto de 2010, " O mundo da superexposição",pois esperávamos que esse fosse a proposta do ano passado.De qualquer maneira, foi um tema fácil para quem consegue organizar um texto dissertativo e tem conhecimento da linguagem.

O óbvio : leitura de mundo e de jornais/revistas/livros são um diferencial poderoso.

Mas, acabou...

...só o ENEM, porque agora começa o vestibular  de verdade.

Vamos à luta!

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

ENEM - Redação :DÚVIDAS ?




                               Redação do ENEM 2011

Com o peso de 50% da prova, a redação deve ser feita  com capricho e , para tanto,alguns tópicos devem ser lembrados:

1-Ler a proposta é o primeiro passo. Reflita alguns minutos sobre ela e , a seguir, leia a coletânea, sublinhando dados que possam lhe interessar  para o desenvolvimento do texto.

2-A introdução/tese é responsável por 50% do sucesso de um texto. Uma boa tese torna-se defensável , os argumentos fluem com sequência,agradáveis à leitura.

3-Períodos simples e curtos definem a clareza textual.

4- A letra deve ser legível, não necessariamente bonita.

5- Não é preciso similaridade entre os parágrafos,quanto ao tamanho, mas é preciso reconhecer que um com 4 linhas e outro com 12 podem desequilibrar a apresentação de um trabalho.

6- O título( se solicitado) deve ser centralizado e específico. Curto e impactante para provocar o interesse do  corretor. Pular linha é opcional.

7-  Extensão: cerca de 20/ 30 linhas, que podem ser divididas em um parágrafo de introdução, dois ou três de desenvolvimento e um de conclusão.( O Enem solicita o mínimo de 8 linhas, mas é improvável que um texto dissertativo com esta extensão
atinja a qualidade necessária para uma boa classificação).

8-Fuja de oralidade(gírias, por exemplo), das siglas desconhecidas e das abreviações.

9- Escreva simples e correto. Erudição vocabular torna o texto rebuscado e pedante.
Erros gramaticais  só serão penalizados no contexto.

10-  Coesão: é o uso adequado das preposições, conjunções e expressões de ligação que unem um texto. Falta coesão quando as ideias parecem "soltas", sem se relacionarem.

11-  Coerência: é o conjunto de relações de sentido que unem as partes de um texto. O texto é coerente quando não apresenta partes incompatíveis.

12-Procure não repetir vocabulário, para que o texto não se torne pobre.

13- Fuja do senso comum, mesmo que a proposta seja comum.  Criatividade e  originalidade são preciosos diferenciais.

14- JAMAIS SE POSICIONE CONTRA OS DIREITOS HUMANOS. ÉTICA É FUNDAMENTAL.

15-O Enem não espera que você solucione problemas, mas que saiba discuti-los e encaminhá-los para uma POSSÍVEL saída.

16-Em nenhuma hipótese identifique a folha de redação. Assine-a no local indicado.

Candidatos que têm  abrangência mais ampla de conhecimentos conseguem, com mais facilidade, embasar seus argumentos com exemplos e citações. Leitura de mundo ( o que nos circunda) e leitura de jornais, revistas, formam o arsenal do qual as ideias surgem, complementam-se e  harmonizam -se.
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Entrevista com Vilma Corrêa, integrante da equipe de correção do ENEM 2011:

1-O aluno pode citar idéias dos textos de apoio na redação do Enem?
(...) Ele pode utilizar os textos, mas também precisa ter idéias próprias. Uma coisa é usar as informações a partir de uma redação própria, outra é montar uma colcha de retalhos com os dados e argumentos do material de apoio.

 2-Trechos dos textos de apoio podem ser redigidos com as mesmas palavras?
O aluno pode pegar expressões e frases do texto, desde que as identifique entre aspas e cite seus autores.

3-No ano passado, a então coordenadora geral de correção das redações do Enem, Gisele Gama, afirmou que os estudantes poderiam tirar nota máxima mesmo que o texto trouxesse pequenos erros de português. A regra também vale para a prova deste ano?
Sim. A importância da redação está no conjunto, por isso o aluno pode cometer eventuais deslizes. Errar uma palavra não prejudica o estudante; o que o desqualifica é um texto cheio de erros absurdos, graves.

4-Qual é o peso da redação na nota final do Enem?
A redação corresponde a 50% da nota final do aluno .

Atribuição de nota zero à redação (anulada)

6.7.7 Em todos os casos expressos abaixo, será atribuída nota zero à redação:
          6.7.7.1 que não atender a proposta solicitada ou que possua outra estrutura textual que não seja a do tipo dissertativo-argumentativo, o que configurará “Fuga ao tema /não atendimento ao tipo textual”;
          6.7.7.2 sem texto escrito na Folha de Redação, que será considerada “Em Branco”;
          6.7.7.3 Com até 7 (sete) linhas, qualquer que seja o conteúdo, que configurará “Texto insuficiente”;
          6.7.7.3.1 Linhas com cópia dos textos motivadores apresentados no Caderno de Questões serão desconsideradas para efeito de correção e de contagem do mínimo de linhas;
          6.7.7.4 Com impropérios, desenhos e outras .


No mais, capricho e boa sorte!