quinta-feira, 24 de junho de 2010

Entre Paris e Tormes, Jacinto escolheu...ser feliz!


A CIDADE E AS SERRAS ( Sinopse)
Eça de Queirós

CONTEXTO:

O autor : Eça de Queirós

Tempo Literário : Século XIX / Realismo-Naturalismo
-O progresso científico
-A Revolução Industrial
-Tendências Filosóficas : Positivismo/
Determinismo /
Evolucionismo/
Marxismo Socialista

Fases da oba queirosiana :

1-Influência romântica –jornalística

2-Crítica ( diagnóstico e denúncia) – anti-clerical/ anti-burguês /anti-monárquico.

3- Fantasista : a redenção da sociedade portuguesa; reconquista de valores morais.(


A CIDADE E AS SERRAS
A obra : póstuma – 1901

Origem : o conto “Civilização”

Romance de Tese : (?) leitura múltipla.

- o trabalho dignifica / o ócio deteriora.

-A simplicidade rural é superior à sofisticação urbana.

( ambas defendem valores morais).

Tempo : segunda metade do século XIX.

Espaço : ambiente - interior ( Champs Elisées,2002-Paris)

A natureza –exterior ( serras em Tormes –Portugal)

Personagens planos :

José Fernandes : narrador participante ( foco narrativo)

Jacinto : “ O príncipe da Grã-ventura” um pinheiro : viça/ murcha e brota.
Personagens circunstanciais :Grilo e Anatole, O arquiduque Casemiro, Madame Colombe, Madame d´Oriol, Silvério , Melchior, Joaninha, Teresinha, Jacintinho.


Características da obra
:
Objetividade,
Contemporaneidade,
Determinismo,
Universalismo.

O título antagônico : a civilização X a simplicidade natural.

Estrutura
: 16 capítulos

I ao VII – a mesmice, o vazio existencial ,aos 23 anos defende a fórmula do bem viver :

Suma ciência X suma potência = suma felicidadeO olho civilizado vê mais por isso é mais feliz;o dinheiro compra tudo; valores materiais.

A “ fartura” produz o desencanto : Paris é feia./ A cidade é uma ilusão/ o tédio.

Viver = sofrer ( o mal universal)

Aos 34 anos , Jacinto “ murcha”- lê Eclesiaste e Shopenhauer que lhe confirmam a inutilidade de existir.

Capítulo VIII

A chegada de uma carta das serras : Jacinto resolve ir a Portugal : as providencias/ a partida/ as surpresa da viagem / a chegada . ( trechos intensamente descritivos)

Cap. IX a XVI

- Descobrindo a alegria de viver na simplicidade./ convívio com a natureza.

-Lê Virgilio e Horácio./ diverte-se com D. Quixote.

- Jacinto “ brota”, “reverdece” no vigor do trabalho de melhorar a vida dos empregados.

-É comparado a D. Sebastião.

Casa-se com Joaninha-a Flor da Malva-, tem dois filhos e preserva a família dos malefícios da civilização.

A fórmula passa a ser : áurea mediocritas + carpe diem = felicidade.

domingo, 13 de junho de 2010

Alguns itens para ajudá-lo a escrever melhor.




"Sempre que você considerar um texto definitivo,
corte dois terços dele e ainda vai achar coisas para tirar."

(Ernest Hemingway)


O primeiro problema, capaz de gerar sensações incríveis, desde o pânico até a perplexidade, é a "PÁGINA EM BRANCO".
Como começar? Onde buscar idéias e vocabulário para preencher aquele espaço todo?

Não temos um "segredo" capaz de responder-lhe, mas apenas uma sequência simples de dados que poderá ajudá-lo bastante:

Pense. Concentre-se alguns minutos no tema proposto e o que lhe parecia estranho , logo lhe parecerá familiar.Lembre-se de que quanto pior o tema, maior é sua chance de criar algo original, único.

Leia a coletânea com um lápis na mão: sublinhe o que for compatível com seu ponto de vista. Em provas oficiais não temos tempo de reler textos. Acostume-se com isso desde agora.

Coloque no papel tudo que lhe vier à mente, mesmo parecendo absurdo. Não se preocupe com ordem ou sequência. Coloque tudo de maneira caótica na proporção em que as idéias forem surgindo.A seleção e organização virá depois..

Selecione as idéias aproveitáveis , lembrando-se de que é preciso criar uma tese que possa ser discutida , seja pelo lado positivo ou negativo.

Não escreva difícil. A simplicidade vocabular prevalece sobre qualquer linguagem requintada e exuberante. Escreva simples e claro. Não empregue palavras que você ouviu por aí, gostou, aprendeu, mas cujo significado correto você nem conhece.

Correção gramatical (grafia, pontuação, concordância, etc.) é indispensável para tornar um texto inteligível . Você não precisa (nem deve) ser um "Compêndio Gramatical" completo e brilhante, apenas deve ser correto e claro.

Escreva períodos curtos para facilitar o entendimento do leitor. A clareza, quase sempre, está ligada ao tamanho do período que se costuma construir. Períodos longos, na maioria das vezes, são sinônimos de obscuridade.

Não escreva abstrações - porém faça-o se o tema exigir. Prefira o concreto ao abstrato e o particular ao geral, pois a linguagem acaba sendo mais precisa e é muito mais fácil.

Parágrafo não é um espaço à margem do papel e sim a maior unidade do texto. Via de regra constitui-se de um ou mais períodos onde, em torno de uma idéia central-o tópico frasal-, agregam –se as secundárias, todas entrelaçadas pela continuidade do sentido.

Por melhor que seja o conteúdo da redação, ele será pobre se os "clichês", "pormenores óbvios" e "explicações supérfluas "estiverem presentes numa tentativa de ampliar o texto.

A inversão deve ser utilizada como recurso enfático: às vezes, uma frase aparentemente comum pode ter seu sentido ampliado e enriquecido com uma simples inversão na ordem dos termos que a compõem.Mostre que você sabe manejar o idioma.

A letra: não se pretende que o vestibulando tenha uma caligrafia bonita e perfeita, mas que seja, pelo menos, legível. Imagine que os examinadores terão milhares de provas para serem corrigidas e uma redação com uma letra “impossível”, "suja" (com rabiscos, rasuras, cortes...) será prejudicada quando diante de outra "limpa" (legível, ordenada, clara...). Todo conteúdo, por melhor que seja, pode ser altamente desvalorizado pela falta de capricho e ordem.

Releia tudo calmamente: troque vocábulos inadequados,substitua vocabulário, corte excessos, inclua novas idéias apropriadas, enfim: enxugue o texto .Sua redação pode não estar perfeita, mas, sem dúvida, terá se tornado um texto agradável e bem escrito.

Intertextualidade:

A Intertextualidade é a relação existente entre um texto e outros que, direta ou indiretamente, interferem na compreensão de um assunto abordado. Assim, a bagagem cultural ( leitura de livros, jornais e leitura de mundo )que carregamos dentro de nós vai influir profundamente na análise e compreensão dos textos e temas que nos forem apresentados.

domingo, 6 de junho de 2010

Redação GV-Prova de Inverno SP / RJ


TEXTO
“No mundo moderno, cuja legitimidade é baseada na liberdade e igualdade de seus membros,o poder não se manifesta abertamente como no passado. No passado, o pertencimento à família certa e à classe social certa dava a garantia, aceita como tal pelos dominados, de que os privilégios eram ‘justos’ porque espelhavam a ‘superioridade natural’ dos bem-nascidos (...).
A ideologia principal do mundo moderno é a ‘meritocracia’, ou seja, a ilusão, ainda que seja ilusão bem fundamentada na propaganda e na indústria cultural, de que os privilégios
modernos são ‘justos’ (...). O ponto principal para que essa ideologia funcione é conseguir separar o indivíduo da sociedade (...). O ‘esquecimento’ do social no individual é o que permite a celebração do mérito individual, que em última análise justifica e legitima todo tipo de privilégio em condições modernas.”
(Jessé Souza, A Ralé Brasileira, 2009, p. 43)

Escreva uma redação argumentativa discutindo o texto acima, na qual, além de seu ponto de vista sobre as ideias defendidas pelo autor, estejam explícitos os seguintes aspectos:

- em que consiste a meritocracia?
- por que o autor considera a meritocracia uma “ilusão”?
- de que maneira a meritocracia se manifesta na realidade brasileira?

Para avaliar a redação, serão considerados, principalmente:
•o conhecimento de fatos históricos, geográficos e da realidade atual, necessários ao
desenvolvimento do texto;
•a correta expressão em língua portuguesa;
•a clareza, a concisão, a coesão e a coerência;
•a capacidade de argumentar.

Instruções:
- A redação deverá seguir as normas da língua escrita culta*.
- O texto deverá ter, no mínimo, 20 e, no máximo, 30 linhas escritas.
- Textos fora desses limites não serão corrigidos, recebendo, portanto, nota zero.
- A redação deverá ser apresentada a tinta.

Recadinho:
essa redação foi solicitada, hoje, em uma prova que terminou agora mesmo.Eis aqui uma boa oportunidade para você exercitar sua desenvoltura na escrita.
Acredite : só exercício constante pode fazê-lo um bom redator.Vá à luta.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A virgem dos lábios de mel: Iracema.


IRACEMA ( sinopse)
( 1865)

Contextualização ;

O Autor : José de Alencar
Tempo literário : Romantismo ( prosa/ 1836/século XIX)


Definição da identidade nacional
-Pós- Independência


Características gerais
-Nacionalismo : paisagismo/ indianismo.
-Sentimentalismo
-Subjetivismo
-Liberdade de criação
-Individualismo
-Literatura da burguesia.

IRACEMA “ A Lenda do Ceará
Um poema americano ( anagrama).

Estrutura :
33 capítulos curtos.
Capítulo 1- Prólogo- proposição : Natureza e índio irmanados e idealizados.

Épico : histórico/ patriótico/ a colonização do Ceará.
E
Lírico : subjetivo, impregnado de musicalidade e intensa poesia.


Foco narrativo : 3° pessoa ( observador).

Tempo/Espaço : Século XVII –(1603) – O Ceará.

Linguagem: português com incursões pelo idioma tupi.

Estilo : intensamente poético,descritivo por excelência, adjetivação excessiva.


Argumento histórico : formação político-social do Ceará ( com a real presença de personagens citados :Martim, Poti, Jacaúna,Irapuã, Tabajaras e Pitiguaras.

Personagens :

Iracema – ira = mel + ceme= lábios – índia tabajara

Martim : descendente de Marte / guerreiro branco
Coatiabo : coatiá=pintar + aba = criatura, gente

Moacir : “parido e nutrido pela dor”
O primeiro brasileiro , cearense.

Poti : ilustre personagem da história nacional no combate às Invasões Holandesas. ( Antônio Felipe Camarão)

Tabajaras : senhores das aldeias
Irapuã = Mel Redondo.

Pitiguaras :Senhores dos vales
Jacaúna = jacarandá preto


Rituais simbólicos :

Quebrar a flecha = celebração da paz

Segredo de jurema = licor fabricado por folhas de uma árvore ( provoca alucinação); a bebida de Tupã.

O colar de guerra : troféu de valentia confeccionado com dentes dos inimigos mortos.

A NATUREZA em Iracema :

Transfigurada : consciência nacional.
Elevada a personagem.
Divinizada.

Terra-mãe: embebida de valores históricos.
Força propulsora da imaginação.

Força vital : símbolo da grandeza da pátria.

A heroína e a natureza fundem-se para simbolizar a pátria ( identidade nacional).