quarta-feira, 21 de setembro de 2011

ENEM - Rodeios : crueldade sem limites.( redação)



1-
Morte de bezerro em Barretos vai parar no MP

Necrópsia constatou que animal sofreu lesão nas vértebras e, por isso, ficou tetraplégico. Diante da situação, foi sacrificado. Em Rio Preto, sete vacas são mortas durante incêndio em propriedade rural e outros animais estão sofrendo com queimaduras e sem pastagens para alimentação.

A morte de um bezerro na sexta-feira depois de uma prova na 56ª Festa do Peão de Barretos e a de sete vacas queimadas durante um incêndio em Rio Preto gerou repúdio entre entidades de proteção aos animais.
O caso de Barretos foi encaminhado à Polícia Civil e ao Ministério PúblicoSegundo Maria Cristina  dos Santos, presidente da Arpa (Associação Rio-pretense de Proteção aos Animais), a morte do bezerro comprova que a modalidade, conhecida como bulldog, provoca   maus tratos aos animais. 
“As festas de peão são bancadas por empresários poderosos. Por isso, as associações de proteção aos animais nunca  vencerão  essa luta contra a crueldade com animais”, disse ela.  
O Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, cuja mobilização conseguiu extinguir a prova do laço no Brasil há quatro anos, vai acionar a Justiça para tentar proibir a prova de  bulldog. Nessa modalidade, o peão tem de derrubar o bezerro com as mãos, sem equipamentos.
No caso de Barretos, o bezerro ficou imóvel após ser derrubado pelo competidor. Como o animal não se levantava, precisou ser carregado para fora da arena. Um exame constatou que o bezerro sofreu  lesão nas vértebras e, por isso, ficou tetraplégico. Diante da situação, o animal foi sacrificado. 
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Punição
A assessoria de imprensa da Festa  do Peão de Barretos informou que a ANB (Associação Nacional de Bulldog) e o Centro de Estudos do Comportamento Animal  estão analisando se o competidor infringiu as regras da prova. O laudo com a análise do acidente deve ser divulgado em 48 horas. Só depois é que a organização  irá tomar as providências cabíveis.
Luciano Moura
Agência BOM DIA

2-
Os maus-tratos de animais são práticas muito comuns na história da humanidade e perduram até os dias de hoje. Não é raro nos depararmos com situações evidentes de maus-tratos contra animais domésticos ou domesticados. Lojas que abrigam animais em gaiolas minúsculas, sem qualquer condição de higiene, cães presos em correntes curtas o dia todo, proprietários que batem covardemente em seus animais ou os alimentam de forma precária, levando o animal à inanição, cavalos usados na tração de carroças que são açoitados e em visível estado de subnutrição.
Mas há aquelas situações em que sabemos que o animal está sofrendo, só que a caracterização de maus-tratos é subjetiva. Por exemplo, seu vizinho deixa o cão preso o dia todo num quintal pequeno, sem abrigo, sozinho, latindo sem parar. Para a maioria das pessoas, isso pode ser caracterizado como 'maus-tratos', mas pode ser perfeitamente normal para o dono do animal.
De acordo com Marco Ciampi, presidente da Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal (Arca Brasil), o princípio básico nas relações homem-animal deve ser o de: 'caber ao homem prover condições adequadas para a manutenção das necessidades - físicas, psicológicas e comportamentais - do animal. Quando não se é capaz de garantir a segurança do animal, este não deve ser mantido pelo homem'.
Os exemplos de maus-tratos seguem uma lista longa, que inclui: o sacrifício de animais em rituais religiosos, seu uso em rodeios, circos e touradas, práticas folclóricas bárbaras, como a farra do boi, ou até aprisioná-los em zoológicos. E várias associações também sugerem a extinção de uma prática comum em centros de zoonose espalhados pelo Brasil, as famosas carrocinhas. Muitos adotam a injeção letal para matar os animais que não tem para onde ir. Em alguns estados, isso está mudando. Em São Paulo, por exemplo, foi sancionada uma lei em abril de 2008 que proíbe a eutanásia de animais em todos os municípios. Caberá, então, às prefeituras promover ações de castrações e adoção de animais. A lei vale também para animais considerados ferozes como os pit bulls.
A legislação no Brasil protege os animais desde 1934, data do decreto 24.645, de junho daquele ano.Mais recentemente, a lei federal de crimes ambientais nº 9605 de 16/02 de 1998 reforçou o decreto de 1934 e especificou várias violações e penalidades para aqueles que praticam crimes contra os animais.
Segundo o artigo 32 desta lei, maus-tratos de animais são classificados como qualquer ato de abuso e maus-tratos. Ferir ou mutilar animais domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos também é crime de maus-tratos que tem como pena a detenção de três meses a um ano e multa. 

A mesma lei prevê que o abandono do animal é crime. Aquelas pessoas que abandonam ninhadas ou mesmo seus cães idosos, cegos ou doentes, estão ferindo a lei. Idem para a prática de experimentos científicos que incorram no sofrimento do animal. Ao se deparar com situações onde o animal está visivelmente sofrendo, é possível denunciar usando esta legislação.



3-Farra do boi
O estado de Santa Catarina é conhecido por promover um dos piores espetáculos de crueldade contra animais, a Farra do Boi, que ocorre na Semana Santa. Nela, as pessoas se divertem ao colocar o animal para correr pelas ruas, e lhe distribuindo pauladas, esfaqueamentos e outros atos de terror.

A Arca Brasil recebeu denúncias de que a prática não está mais restrita somente àquela época do ano. Pelo contrário, tem acontecido com certa freqüência. Roberto Borges, gerente nacional de organização do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) esteve quatro dias em Santa Catarina investigando este tipo de 'diversão'. Ele preparou um relatório sobre o assunto, entregue à coordenação nacional em Brasília (DF), para que medidas urgentes sejam tomadas contra esta prática.
Algumas organizações não-governamentais, como a Arca Brasil, chegam a cogitar a organização de um boicote turístico nacional e internacional à Santa Catarina, para servir como forma de pressão e combate à farra do boi naquele estado.

4 -Rodeios
Muitos defensores dos rodeios argumentam que os animais utilizados não são submetidos a maus-tratos. Por mais cuidados que eles possam receber, eles estão sendo perseguidos e expostos à tortura. 
Veja o que acontece nas principais competições de um rodeio: 

·       Laçada de bezerro: animal de apenas 40 dias é perseguido em velocidade pelo cavaleiro, sendo laçado e derrubado ao chão. O resultado de ser atirado violentamente ao chão pode causar a ruptura da medula espinhal, ocasionando morte instantânea, ou a ruptura de diversos órgãos internos, levando o animal a uma morte lenta e dolorosa.
·       Laço em dupla/'team roping': dois cowboys saem em disparada, sendo que um deve laçar a cabeça do animal e o outro as pernas traseiras. Em seguida os peões esticam o boi entre si, resultando em ligamentos e tendões distendidos, além de músculos machucados.
·       Bulldog: dois cavaleiros, em velocidade, ladeiam o animal que é derrubado por um deles, segurando pelos chifres e torcendo seu pescoço.

Algumas das ferramentas usadas em rodeio

·       Agulhadas elétricas, pedaço de madeira afiado, ungüentos cáusticos.
·       Sedem ou sedenho: artefato de couro ou crina, amarrado ao redor do corpo do animal (sobre o pênis ou saco escrotal), que é puxado com força no momento em que o bicho sai à arena. Além do estímulo doloroso, pode também provocar rupturas viscerais, fraturas ósseas, hemorragias subcutâneas, viscerais e internas. Dependendo do tipo de manobra e do tempo em que o animal fique exposto a tais fatores pode-se evoluir até a morte.
·       Objetos pontiagudos: pregos, pedras, alfinetes e arames em forma de anzol são colocados nos sedenhos ou sob a sela do animal.
·       Peiteira e sino: consiste em uma corda ou faixa de couro amarrada e retesada ao redor do corpo, logo atrás da axila. O sino pendurado na peiteira estressa o animal pelo barulho que produz à medida em que ele pula.
·       Esporas: às vezes pontiagudas, são aplicadas pelo peão tanto na região do baixo-ventre do animal como em seu pescoço, provocando lesões e perfuração do globo ocular.
·       Choques elétricos e mecânicos: aplicados nas partes sensíveis do animal antes da entrada à arena.
·       Golpes e marretadas: na cabeça do animal, seguido de choque elétrico, costumam produzir convulsões e são o método mais usado quando o animal já está velho ou cansado.

5-Touradas

A tourada é uma prática antiga. Há afrescos de touradas no Palácio de Cnossos, em Crte, na Grécia, que datam de, possivelmente, entre 2700 a.C. e 1450 a.C. Sobrevive nos países Ibéricos (Espanha e Portugal) e em alguns lugares da França e do México até hoje. 

Consiste em torturar touros e cavalos (que são usados para investir contra os touros), ao perfurá-los com instrumentos que parecem arpões, chamados aguilhões, para que os animais sangrem até a morte. É extremamente violenta e por isso, a maioria das sociedades que ainda praticam touradas são contra a atividade. 

Na arena, onde a angústia e o medo são crescentes, junta-se o sofrimento físico por ser conduzidos com aguilhões e à paulada. Entre outros métodos de preparação para o confronto entre o toureiro e o animal, serram-se os chifres dos bois a sangue frio. 

Depois da tourada, cada animal regressa aos curros, horrivelmente ferido, com um sofrimento agonizante, onde, uma vez mais a sangue frio, sua carne e os tecidos musculares são cortados para arrancar os ferros com os seus arpões, cravados durante a tourada. Todos os procedimentos realizados sem nenhum tipo de anestesia.
Só em Portugal, estima-se que cerca de 5 mil touros e 300 cavalos sofram com estas práticas anualmente. Existe naquele país um movimento chamado “Cidades Anti-Touradas”.

6-
Gritos da multidão.
Que papel ia representar? Que se pedia ao seu ódio?
Hesitante, um tipo magro, doirado,entrou no redondel. Olhou-o a frio. Que força traria no rosto mirrado, nas mãos amarelas para se atrever assim a transpor a barreira?(...)
Mas o homem que visou, que atacou de frente, cheio de lealdade, inesperadamente transfigurou-se na confusão de uma nuvem vermelha...(...)
Avançou...Deu, como sempre na miragem enganadora. Iludido, outra vez. Parou. Não acabaria aquele martírio?(...)
Quando chegaria ao fim semelhante tormento?(...)
Quê! Pois poderia morrer ali, no próprio sítio de sua humilhação??! Os homens tinham dessas generosidades?!(...)
Calmamente, num domínio perfeito de si, Miura fitou a lâmina por inteira. Depois, numa arremetida que parecia ainda de luta e era de submissão, entregou o pescoço vencido ao alívio daquele gume.
(excerto do conto “Miura”- A tourada vista pelo touro)


És, pois,dono como eu deste livro, e, ao cumprimentar-te à entrada dele, nem pretendo sugerir-te que o leias com a luz da imaginação acesa, nem atrair o teu olhar para a penumbra da sua simbologia.Isso não é comigo,porque nenhuma árvore explica seus frutos, embora goste que lhos comam. 
( Miguel Torga -Bichos )


  PROPOSTA:
Não é raro nos depararmos com situação evidentes de maus-tratos a animais domésticos ou outros. Lojas que abrigam animais em gaiolas minúsculas, sem qualquer condição de higiene, cães presos em correntes curtas o dia todo, proprietários que batem covardemente em seus animais ou os alimentam de forma precária, levando o animal à inanição, cavalos usados na tração de carroças que são açoitados e em visível estado de subnutrição... Estes são  alguns exemplos típicos. Porém,

... os rodeios beiram a barbárie. Crueldade sem limite.

Leia a coletânea acima, e redija um texto dissertativo em norma culta.


                                                                        Gizelda

Um comentário:

  1. Acredite doeu minha alma ver tanta maldade.
    Hoje que soube direito como é essa barbare.
    Que dor mais triste passa esse animal ,
    que em mãos malditas viram brinquedos de diversão.
    Sem palavras.
    beijos.
    Evanir

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