segunda-feira, 3 de novembro de 2014

SOS Água ( proposta 2)

PROPOSTA 2                     

                                                                                                                                                                                                     

A crise de falta d´água em São Paulo tem solução?

A capacidade do Sistema Cantareira, reservatório que atende 9,8 milhões de paulistas – 8,4 milhões só na capital –, chegou a apenas um dígito pela primeira vez na história na última sexta-feira: 9,2%, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Um ano atrás, na mesma data, cerca de 60% do volume do sistema estava disponível. Para evitar a falta de água, a Sabesp iniciou, em março, obras que permitem a captação do chamado volume morto, porção de água que fica no fundo do reservatório, abaixo dos tubos que tiram a água e enviam para as estações de tratamento. Dezessete bombas de captação foram instaladas em março, a um custo de 80 milhões de reais, e, a partir de 15 de maio — segundo a Sabesp —, 200 dos 400 bilhões de litros que compõem o volume morto estarão disponíveis para uso. ( 10/05 /2014)


ALGUMAS POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO


Rodízio de água — A possibilidade de um rodízio do abastecimento de água tem sido descartada pelas autoridades. Na visão dos especialistas, porém, caso a torneira seque antes que a água do volume morto entre no cano ou a água extraída dele não seja suficiente para abastecer a região até que as chuvas encham o reservatório novamente, a medida pode ser inevitável.

Redução da perda de água tratada — A perda de água tratada em São Paulo está em torno de 25%. Apesar de ser melhor do que a média brasileira — cerca de 40% — o índice ainda é considerado bem longe do ideal. Parte dessa perda se deve a vazamentos de tubulação, que muitas vezes acumulam décadas de uso, prejudicando o sistema

Mudança de hábitos culturais — Pensar que São Paulo é uma região com grande disponibilidade de recursos hídricos é um erro comum entre seus habitantes. Apesar de o Brasil deter 12% das reservas de água doce do planeta, a maior parte desses recursos encontra-se na região Norte do país. "A primeira coisa que a gente tem que fazer para reduzir o consumo de água é mudar a nossa cultura de abundância.

Despoluição dos rios Tietê e Pinheiros — Despoluir e utilizar as águas desses dois rios da região metropolitana não é, até o momento, uma opção considerada viável pelos especialistas. "Hoje não vejo como utilizar o Tietê e o Pinheiros. Além da qualidade da água ser ruim, os rios recebem muita poluição difusa, aquela que é carregada pela chuva que 'lava' a cidade, contendo às vezes poluentes altamente tóxicos"

Aquífero Guarani — O geólogo uruguaio Danilo Anton propôs o nome Aquífero Guarani para a grande quantidade de água subterrânea que identificou na década de 1990, abrangendo partes dos territórios do Uruguai, Argentina, Paraguai e principalmente Brasil, com uma extensão total de 1.182.000 quilômetros quadrados. Algumas cidades do interior de São Paulo, como Ribeirão Preto e São Carlos, se beneficiam dessa fonte, mas ela é inviável para os moradores da metrópole, que está a mais de 200 quilômetros do ponto onde é possível captar água.

Construção de um novo reservatório, ou transposição da água de outros rios — Resolver o problema com grandes obras leva tempo e demanda um investimento alto. "A água está cada vez mais longe, logo, cada vez mais cara", afirma Antonio Carlos Zuffo.. Ações como tratar o esgoto da população que vive próximo dos mananciais e proteger as áreas verdes restantes ao redor deles são essenciais para manter a qualidade da água.

Reuso — Os especialistas ouvidos pelo site de VEJA são unânimes: o reuso da água é a melhor opção para resolver a crise hídrica. A técnica consiste em recolher água que já foi usada e utilizá-la novamente. Há diferentes tipos de reuso. O método mais simples é tratar a água que escorre pelo ralo do chuveiro ou da máquina de lavar, por exemplo, e destiná-la para fins não potáveis, como limpeza de pisos, irrigação de áreas verdes ou fontes decorativas. Outra possibilidade é purificar o que vai para o esgoto tanto para fins não potáveis como para o consumo final — sim, para a torneira, como alguns países já fazem. O processo pode ser reproduzido em casas, condomínios, indústrias ou, idealmente, na rede de tratamento de esgoto de uma cidade inteira.

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