segunda-feira, 3 de novembro de 2014

ENEM 2015...SOS Água.( proposta 1)


                                                                

Dois terços da população mundial em 2025 não terão acesso à água potável se nada for feito para evitar a escassez

11/05/2013 

Mundo enfrenta crise de água doce
Se os atuais padrões de consumo e poluição não mudarem, em 2025, bilhões de pessoas no mundo viverão escassez absoluta de água.
A escassez de água já afeta quase todos os continentes e mais de 40% das pessoas em nosso planeta, é o que mostra uma pesquisa realizada pelo Programa de Avaliação Mundial da Água. Apesar de 70% da superfície terrestre ser coberta de água, apenas 2,5% é de água doce. Sendo que 99,7% desse volume está concentrado na forma de geleiras, coberturas de neve e águas subterrâneas. Ou seja, apenas 0,3% desse recurso próprio para o consumo está disponível em rios e lagos. Pequena porcentagem que seria suficiente para abastecer a vida na terra caso a ação do homem não fosse predatória.
O uso irresponsável dos recursos hídricos está fazendo da água doce potável um bem cada vez mais raro e precioso. Alexander Consta, chefe de departamento de geografia física da Universidade Estadual do Rio de Janeiro- Uerj, explica que, normalmente, a água doce não seria um recurso finito porque ela se renova a partir da evaporação dos mares. Entretanto, a velocidade da degradação deste recurso é muito superior à velocidade de renovação. “A velocidade de renovação é extremamente lenta, podendo durar décadas ou séculos. O processo humano de degradação das águas é contínuo e cada vez mais intenso”, afirma. O despejo de substâncias tóxicas, lixo e esgoto sem tratamento vem condenando à morte rios e lagos de água doce. Pesquisas publicadas pela ONU apontam que, todos os dias, 2 milhões de toneladas de dejetos humanos são eliminados nos cursos de água em todo o mundo e que mais de 80% das águas residuais do planeta não é coletada ou tratada.

Além da poluição de rios e lagos, o desperdício é outro fator responsável pela crescente escassez de água doce. Costa comenta que o uso irresponsável deste recurso deve ser combatido em todas as instâncias, mas que, no Brasil, erra-se quando se atribuir a culpa pela crise da água ao consumo doméstico da população.  “Os consumidores de água no país são a agropecuária e a indústria. O consumo doméstico é muito menor”, garante. E não é só no Brasil que a agroindústria assume a primeira posição no ranking dos maiores consumidores de água. De acordo com o Programa de Avaliação Mundial da Água, 70% do consumo deste recurso no mundo é destinado para a irrigação, 20% para indústrias e 10% para o uso doméstico.
 
Relatórios da ONU alertam que se o padrão de consumo e poluição não mudar, em 2025, 1,8 bilhão de pessoas estarão vivendo em países ou regiões com absoluta escassez de água, e dois terços da população do mundo poderia estar vivendo sob condições de estresse hídrico. Alexandre Costa ressalta que este nível de carência de água certamente irá refletir de forma negativa nos campos da saúde e economia. “Existem várias doenças de veiculação hídrica. A ausência de água de boa qualidade pode levar à ocorrência de várias enfermidades. Além disso, no campo da economia, com a água em menor quantidade e qualidade, o custo de produção de alguns bens industriais, da agropecuária e de energia poderá aumentar”, diz.

O Brasil é altamente privilegiado neste cenário por possuir uma das maiores reservas de água doce do planeta. O documento Geo Brasil: Recursos Hídrico, produzido pelo ministério do meio ambiente, revela que o país possui 12% da disponibilidade mundial de água doce. Porém, engana-se quem acredita que estamos livres do problema da escassez. O professor de geografia física explica que a maior parte das reservas brasileiras de água doce estão concentradas onde há uma pequena parcela da população. Além da má destruição dos recursos hídricos, Costa aponta a desigualdade de acesso à água em diferentes classes sociais.”A água não é apropriada de maneira igualitária entre as diferentes classes socioeconômicas. Ou seja, nestes casos, existe a escassez, mas ela fica escondida quando se faz um cálculo simples de divisão do total de água pela população total do lugar, considerando, ingenuamente, que a água é dividida de forma igualitária entre todos os habitantes do lugar”, afirma.
Para que seja possível contornar a escassez de água no mundo, Costa diz acreditar, ainda que pareça utópico, que este recurso deve ser encarado como um bem finito de todos os cidadãos e que não deveria ser tratado como um produto, que só pode ser consumido por quem tem dinheiro. “A água não pode mais ser fonte de lucro e enriquecimento”.

Alertando para escassez de água doce, ONU pede esforços globais para proteger recursos naturais
23/05
A menos que sejam feitos mais esforços para reverter as tendências atuais, o mundo vai ficar sem água doce, disse a ONU nesta quarta-feira (22), marcando o Dia Internacional da Diversidade Biológica. A Organização pediu esforços globais que compreendam e protejam os recursos naturais.
“Vivemos em um mundo cada vez mais inseguro, onde a demanda de água muitas vezes supera a oferta, onde a qualidade da água muitas vezes não consegue atender aos padrões mínimos de qualidade. De acordo com as tendências atuais, as futuras demandas por água não serão cumpridas”, disse Ban em sua mensagem para lembrar o dia. “Embora aparentemente abundante, apenas uma pequena quantidade de água doce está disponível no nosso planeta”, acrescentou.
A escassez de água afeta quase todos os continentes e mais de 40% das pessoas em nosso planeta, disse a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Com as tendências atuais, 1,8 bilhão de pessoas estarão vivendo em países ou regiões com escassez absoluta de água em 2025.
“A biodiversidade e os serviços ecossistêmicos que ela proporciona são fundamentais para alcançar a visão de um mundo onde a oferta de água é segura“, disse Ban, observando o papel de equilíbrio que florestas, pântanos e a biodiversidade do solo proporcionam para o meio ambiente.
Ban Ki-moon e Irina Bokova, chefe da UNESCO, ressaltaram a importância de fortes alianças científicas como parte de um esforço global para proteger os recursos naturais. Eles encorajaram as partes da Convenção sobre Diversidade Biológica que ainda não o fizeram a ratificar o Protocolo de Nagoya. Adotado em 2010, o Protocolo estabelece, entre outras metas, cortar a taxa de extinção atual pela metade ou mais até 2020.
Em uma coletiva de imprensa em Nova York, o brasileiro Bráulio de Souza Dias, secretário executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, disse que a biodiversidade precisa ser vista como parte de uma solução de ganhos para ambos os lados no desenvolvimento sustentável.
“É muito fácil dizer que sim, devemos fornecer água para todos, mas como é que vamos fazer isso é a questão”, disse Dias, ressaltando a importância de pensar além das soluções tradicionais, de uma forma mais integrada e colaborativa para conseguir efetivamente realizar os Objetivos do Milênio.

País melhora o ar, mas descaso com as águas continua
VALÉRIA FRANÇA - ESPECIAL PARA O ESTADO /29 Agosto 2014 | 18h 48

O investimento na expansão do saneamento diminuiu nos últimos 14 anos, deixando o Brasil entre os piores índices do mundo

SÃO PAULO - Em apenas cinco anos o Brasil conseguiu mudar totalmente a imagem entre os ambientalistas ao redor do mundo ao alcançar um inesperado patamar de 80% de redução de CO2. Ao poluir menos, virou modelo, mas deixou questões importantes de lado. Não vem cuidando da fauna e muito menos de seu potencial hídrico – o que é ainda mais preocupante.
“Urgente hoje não é a poluição do ar, mas a das águas dos rios e mares”, diz a bióloga Adriana Gonçalves Moreira, especialista em meio ambiente do Banco Mundial. “Do ponto de vista de conservação de todos os biomas nacionais, o marinho é o que recebeu menos atenção.” Das áreas protegidas no continente, 30% são de florestas e 10%, de cerrado.
Já o mar tem apenas 2% de área protegida. “Isso é um problema mundial. ”Os EUA também demarcam apenas 2% de território marítimo protegido, e Índia, 5%, por exemplo. Calcula-se que 77% dos poluentes despejados no mar acabem se concentrando na região costeira, que reúne o habitat marinho mais vulnerável. Os acidentes com cargueiros, principalmente os que levam petróleo bruto, são responsáveis por 10% da poluição dos mares do globo.
No Brasil, 87% do lixo encontrado nas águas do Atlântico vem do território costeiro e impactam diretamente 267 espécies. Há muitos registros de tartarugas e golfinhos que morrem pela ingestão de plásticos, confundidos com algas. O Brasil também fica devendo em saneamento básico. Segundo estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil e pelo Conselho Empresarial Brasileiro pelo Desenvolvimento Sustentável, apenas 37,5% de todo o esgoto gerado no País recebe algum tipo de tratamento.

Soluções. Falta política de uso racional. “As águas devem ter uso múltiplo”, diz Marcos Thadeu Abicalil, arquiteto e urbanista especializado em águas e saneamento do Banco Mundial. “O esgoto tratado pode ter um reaproveitamento indireto.” Um bom exemplo disso, segundo o arquiteto, é o Aquapolo Ambiental – que nasceu de uma parceria entre a Odebrecht Ambiental e a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) – , um centro de tratamento e fornecimento de água de reúso industrial para o Polo Petroquímico do ABC, em São Paulo.
O projeto transforma o esgoto previamente tratado em água para atividades industriais, como o resfriamento de turbinas. O método gera economia de água potável equivalente ao consumo de 500 mil habitantes. “Temos de diversificar e ser mais limpos”, diz a economista Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). “Precisamos ter uma cadeia limpa do início ao descarte.”

Ícone do descaso com o meio ambiente, o Rio Tietê atinge nível zero de O2 no trecho entre Suzano e São Paulo. “O despejo direto de esgoto doméstico e empresarial acaba com o potencial de uso, que poderia até ser de abastecimento”, diz Abicalil, referindo-se à seca que a maior capital do País está atravessando, Do total de água tratada no Brasil, 36% é perdida em vazamentos. Em São Paulo, 30% dos investimentos vão para a reposição da rede, que está envelhecida.



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